Segundo Luiz Cláudio Duarte, “os palestrantes fizeram brilhantes exposições sobre a modalidade de financiamento que teria surgido nos EUA e já entre nós há alguns anos”. O advogado explicou que a relação ocorre quando uma parte em litígio arbitral busca financiamento de terceiro para garantir o pagamento dos altos custos do processo, tais como honorários dos árbitros, peritos e advogados, taxas das câmaras de arbitragem e deslocamentos.
Ele disse que uma das questões discutidas foi se a parte tem o dever de informar ao tribunal arbitral que está sendo financiada por terceiro. “Há o dever de informar ao tribunal. Contudo, por tratar-se de negócio privado entre financiador e financiado, geralmente protegido por cláusula de confidencialidade em relação à qual o tribunal não teria jurisdição, já que o financiador não seria signatário da cláusula compromissória, as condições de financiamento não devem ser necessariamente informadas”, explicou.

O segundo painel foi presidido pela advogada Paula Menna Barreto, membro da Comissão de Mediação, Conciliação e Arbitragem. Fizeram palestras o membro da comissão do IAB e do Conselho Consultivo do CBMA Pedro Batista Martins, e o presidente da Comissão de Direito Processual Civil do IAB, Ivan Nunes Ferreira. Os temas por eles abordados foram debatidos por Renata Santana, especializada em Negociação, Mediação e Arbitragem e consultora de negócios para o Harbour Litigation Funding.
“O financiamento de arbitragem representa uma forma de facilitar o acesso à Justiça, seja de quem se encontra em dificuldades financeiras ou deseja dividir os riscos da demanda”, disse Ivan Nunes Ferreira. Para o presidente da Comissão de Direito Processual Civil, “o importante é que haja transparência, para que os árbitros e a outra parte saibam quem está financiando e possam verificar se há algum impedimento dos árbitros para a causa”.

Na opinião de Ivan Nunes Ferreira, “na relação entre advogado, financiado e financiador, podem surgir conflitos, inclusive, de natureza ética”. Para evitar conflitos, defendeu o advogado, “é importante no contrato de financiamento sejam estabelecidas regras claras e todos tenham conhecimento”.