Rita Cortez e Luciana Lóssio requereram ao TSE, em abril, a criação de uma unidade na estrutura da corte, com o objetivo de monitorar o cumprimento da aplicação das cotas de gênero e ampliar a participação política das mulheres, conforme recomendação da Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA). Para Rita Cortez, “é essencial o olhar feminino sobre políticas públicas que afetam diretamente a vida das brasileiras, a fim de combater o feminicídio e a violência doméstica, e melhorar a saúde pública e o mercado de trabalho”. A presidente do IAB disse ainda: “As questões de gênero e das minorias historicamente excluídas serão sempre alvo da nossa atenção”.
A recomendação da Missão de Observação Eleitoral da OEA consta do relatório final sobre o trabalho de acompanhamento feito pela entidade internacional nas eleições realizadas no Brasil, em 2018. No documento, além de aconselhar a criação de uma unidade no TSE para monitoramento das políticas de gênero, a entidade reconhece os avanços proporcionados por decisões da corte eleitoral e do Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a efetividade das candidaturas femininas.
As decisões do TSE e do STF foram citadas na petição do IAB à ministra Rosa Weber: “Em 2018, o Poder Judiciário brasileiro, no cumprimento de sua digna missão de implementar e distribuir justiça, deu mais um importante passo, ao sinalizar para todos os atores do processo eleitoral que continua atento ao princípio fundamental da igualdade de gênero”. No documento, o Instituto ressalta que, em março daquele ano, “o STF garantiu o mínimo de 30% dos recursos financeiros do Fundo Partidário às candidaturas femininas, afirmando que os partidos devem exercer um papel de transformação da realidade e se dedicar à promoção da participação política das mulheres”.
Ainda conforme a petição do IAB, “em maio, o TSE decidiu que os partidos políticos devem destinar às suas candidatas pelo menos 30% do dinheiro oriundo do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, bem como ao menos 30% do tempo destinado à propaganda eleitoral”. Para o Instituto, as decisões do TSE e do STF proporcionaram “um significativo aumento do número de candidaturas femininas, bem como de mulheres efetivamente eleitas”.
A respeito da iniciativa do IAB junto à corte eleitoral, a advogada e ex-ministra do TSE Luciana Lóssio disse que “o Instituto, sempre na vanguarda do Direito, tem o propósito de contribuir ainda mais com os avanços na representação feminina na política”.
Leia abaixo o oficio do TSE e a petição do IAB
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!