Rita Cortez falou, também, da importância da presença do IAB no encontro que reuniu grandes nomes da advocacia e da magistratura. “Não se tratou de desagravo pessoal, mas de defesa dos representantes dos poderes da República e de instituições civis que estejam sendo afetadas na sua honra e imagem”, afirmou a advogada. Segundo ela, “atacar o presidente Dias Toffoli é ofender o STF e todos os órgãos do Poder Judiciário, como também a advocacia, já que nós, advogados, somos indispensáveis à administração da justiça”.
A presidente ressaltou, ainda, “a trajetória histórica do IAB em defesa das liberdades democráticas” e disse: “Liberdade de manifestação, de organização, de expressão e pensamento pode e deve ser exercitada com respeito aos limites da lei e da Constituição Federal, que garante os direitos civis, sociais e políticos do povo brasileiro”.
‘O medo escraviza’ – Organizado por lideranças da advocacia, o encontro contou também com a presença dos ministros Gilmar Mendes, do STF; Humberto Martins e Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ); e do ex-ministro do STF Nelson Jobim, além de mais de 200 advogados. Em seu discurso, Dias Toffoli disse que não se pode permitir a expansão do medo e do ódio na sociedade, apontados pelo ministro como os primeiros passos para a ascensão do fascismo. "O medo escraviza", afirmou o presidente do STF.
Mestre de cerimônias do evento, o jurista Lenio Streck saiu em defesa do Supremo, mesmo reiterando as suas críticas a questões como a presunção de inocência e a execução provisória da pena de prisão antes do trânsito em julgado da sentença. “Acima das nossas críticas ao Supremo está nosso brio de juristas democráticos”, afirmou Streck, que complementou: “Não passamos 20 anos construindo a democracia para nos entregar para grupos e grupelhos, institucionalizados ou não, que querem fragilizar e quiçá aniquilar a Suprema Corte e a democracia”.
O presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz, reforçou as críticas à campanha difamatória que visa a atingir o STF. "Não tememos quem quer nos calar com ódio. Quem conheceu os porões da ditadura não se assusta com milícias de internet dedicadas a espalhar mentiras", disse Felipe Santa Cruz. O jurista Ives Gandra Martins, por sua vez, afirmou: "Passamos a ter na presidência do STF alguém que definiu de forma clara e magnífica o que é a harmonia entre os três Poderes. É um presidente que sabe o valor que o direito de defesa tem. Nós, advogados formados na década de 1950, defendemos o STF e a garantia da democracia no Brasil".
O criminalista Alberto Zacharias Toron destacou a ação do Supremo para evitar abusos, como as conduções coercitivas sem intimação prévia, destinadas, segundo ele, a tomar os depoimentos de investigados sem a presença de seus advogados. "Foi o STF que, por meio da Súmula 14, interrompeu a forma policialesca de investigar que vinha sendo feita, na qual advogados eram impedidos de acessar os autos, e deu um basta às conduções coercitivas sem intimação prévia", ressaltou Toron.
Também estavam presentes no encontro a diretora de Patrimônio Imobiliário do IAB; Marcia Dinis; e os presidentes da OAB/RJ, Luciano Bandeira, e do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados (Cesa), Carlos José Santos da Silva, o Cajé.
Da esq. para a dir., Luciano Bandeira, Marcia Dinis, Felipe Santa Cruz e Rita Cortez
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!