O webinar foi conduzido pelo presidente nacional do IAB, Sydney Sanches, que lembrou a relação do impacto da inclusão feminina dentro dos debates públicos. “Hoje, quando o tema da regulação das plataformas digitais é discutido no mundo inteiro, a governança na internet, seja no ambiente privado, seja por meio de governos ou de organizações não-governamentais, tem um papel fundamental para permitir que tenhamos uma qualidade de informação e de conteúdo”, disse. A presidente da Comissão de Inteligência Artificial e Inovação do Instituto, Ana Amelia Menna Barreto, mediou o debate, que também contou com a presença da diretora do Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife (Ip.rec), Raquel Saraiva.
A área de tecnologia, segundo Fernanda Rodrigues, é um ambiente historicamente composto por homens brancos e heterossexuais. “É muito importante olhar para a diversidade e para a interseccionalidade quando falamos da inclusão de mulheres no espaço de governança na internet. As oportunidades de mulheres brancas são diferentes em relação a mulheres negras, indígenas e mulheres com deficiência”, ressaltou. Ana Amelia Menna Barreto destacou que, além de ouvir mulheres e incluí-las no cenário, é preciso que elas tenham efetivamente poder de decisão.
Raquel Saraiva lembrou que o mercado ainda reproduz outros preconceitos: “Eu, como recifense, trago o recorte regional da discussão, porque mulheres das regiões Nordeste e Norte têm uma tendência de serem menos consideradas. Há uma predominância de participação nesses espaços de pessoas do Sudeste e, principalmente, no eixo Rio-São Paulo”. A pesquisadora afirmou que a diferença de dominância masculina no espaço de tecnologia remete ao período de formação, já que nas faculdades as mulheres muitas vezes também são minoria. “Isso tem reflexos, por exemplo, nas últimas demissões em massa feitas pelas empresas de tecnologia. Eu li em uma reportagem recente que mulheres foram a maioria das pessoas demitidas nessas empresas”, afirmou.