A diretora-geral da Emerj, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, ao abrir o evento, apresentar as integrantes da mesa de abertura e se referir à presidente nacional do IAB, disse: “Rita Cortez mudou a cara do Instituto e promoveu grandes eventos, como o realizado há duas semanas para discutir o importante tema da visibilidade trans, numa demonstração de que a gestão tem sido progressista e aberto portas para assuntos novos”. Para Rita Cortez, ainda são muitos os obstáculos no caminho das mulheres. Segundo ela, “há uma grande resistência, que começa na família, passa pela escola e desagua invariavelmente no trabalho, no Judiciário, nos partidos políticos, nos meios acadêmicos e nas instituições públicas”.
Cristina Tereza Gaulia também comentou as dificuldades enfrentadas pelas mulheres: “É preciso superar obstáculos sociais, econômicos e educacionais, para garantir o desenvolvimento dos direitos femininos no século 21”. Ainda de acordo com a magistrada, “é necessário também lutar pelo fim dos preconceitos, da violência e dos assédios àquelas que choram, sofrem, levantam a cabeça, trabalham, sentem frio, sentem fome e se vendem para sobreviver e proteger as suas crias, os seus filhotes”.
O primeiro painel, que tratou do tema Obstáculos sociais ao desenvolvimento do feminismo, foi coordenado pela presidente do Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar, de Gênero e Idoso da Emerj, juíza Adriana Ramos de Mello. Também participaram a presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), juíza Eunice Haddad; a coordenadora da Justiça Federal na Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), juíza Priscilla Correa, que representou a presidente da entidade, juíza Renata Gil; a advogada e ativista trans Giowana Cambrone e a professora Sandra Lurine.
O segundo painel, coordenado pelo desembargador Wagner Cinelli, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), foi dedicado ao debate sobre Feminismo no século 21: feminismo de luta. Participaram as presidentes da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Coem) do TJRJ, desembargadora Suely Magalhães, e da Comissão da Mulher do IAB, Deborah Prates; a procuradora Carla Araújo, a professora Barbara Lupetti e a advogada Patrícia Sanches.
O encontro também foi marcado pelo lançamento de dois livros: Metendo a colher, de autoria do desembargador Wagner Cinelli, aborda a cultura machista que permeia diversas relações sociais; Sobre feminismos, escrito pela desembargadora do TJRJ Andréa Pachá e pela professora Vilma Piedade, trata de racismo, envelhecimento, maternidade e solidão.