“O IAB está servindo de ponte entre a academia e a sociedade.” A afirmação foi feita pela presidente da Comissão da Mulher do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Deborah Prates, após o depoimento prestado pela dona de casa Neuza Rodrigues da Costa, de 90 anos, nesta quinta-feira (27/10), no evento A naturalização da violência de gênero sofrida pelas mulheres donas de casa, realizado no plenário. Sobre o tema fizeram palestras Deborah Prates e mais quatro advogadas: Luciane Cardoso, membro da Comissão da Mulher; Bruna Leão Rangel, co-fundadora do Coletivo Não Me Kahlo; Amanda Motta, integrante do Conselho Estadual do Direito da Mulher; Iara Gonçalves Carrilho e Gracia Monte Barradas.
Acompanhada de Adão, de cem anos, com quem está casada há 30, Neuza Rodrigues da Costa, que chegou a trabalhar como faxineira, cabeleireira e governanta, falou que não teve filhos, foi “feliz a vida inteira, como dona de casa” e hoje se diz “cuidadora do marido”, que gerou 48 filhos. Para Deborah Prates, “o fantástico depoimento dela é uma demonstração de que, havendo amor e companheirismo, é possível ser feliz sendo dona de casa, o que torna descabidas as críticas feministas às mulheres que optam por essa condição”. Segundo a advogada, “o foco e a luta têm que estar voltados para os muitos casos de violência de gênero sofrida por mulheres que são donas de casa”.
Deborah Prates disse, ainda, que “a advocacia não é apenas uma profissão, mas uma missão social, razão pela qual a Comissão da Mulher continuará dando voz às mulheres oprimidas, elevando a sua auto-estima e promovendo o seu empoderamento”.
O evento contou com o apoio do Movimento da Mulher Advogada e a participação do intérprete de Libras Marcos Costa.
Neuza Rodrigues da Costa