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Sexta, 25 Maio 2018 15:12
Margarida Pressburger critica lei que criou cota para as mulheres nos partidos políticos
A vice-presidente da Comissão da Mulher e membro da Comissão de Direitos Humanos do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Margarida Pressburger, fez críticas, nesta quinta-feira (25/5), na VII Conferência Internacional de Direitos Humanos, em Fortaleza (CE), à restrição histórica às mulheres no cenário político e à lei que obrigou os partidos a reservar a elas 30% das candidaturas. “Isso gerou outra forma de violência brutal contra a mulher, pois vemos nos programas eleitorais na TV que os partidos colocam mulheres despreparadas, que não têm chances de se eleger e inocentemente se prestam a esse papel, apenas para cumprir a lei”, afirmou. A advogada fez palestra no painel sobre Igualdade de gênero e múltiplas forma de violência contra a mulher e representou no evento a presidente nacional do IAB, Rita Cortez, ao integrar a mesa de honra na abertura, na noite de quarta-feira.
Organizado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com o apoio da Seccional do Ceará, o evento se encerra nesta sexta-feira (25/5). Também fez parte da mesa de honra o consócio do IAB e presidente da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, da OAB Nacional, Humberto Adami. Ele participou do fórum sobre Herança escravocrata, racismo e desigualdade social no Brasil e falou sobre as ações da advocacia em defesa da população negra, como as que garantiram cotas nas universidades e em concursos públicos.
Humberto Adami
Margarida Pressburger afirmou, ainda, na sua palestra que as mulheres das classes sociais menos favorecidas são as principais vítimas da violência doméstica, por dependerem economicamente dos homens. “Muitas delas geram filhos na adolescência, interrompem os estudos para criá-los e não adquirem formação, se tornando dependentes dos homens, condição que as leva a apanhar e ficar quietas”, disse.
O painel foi presidido pela secretária da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Florany Maria dos Santos Mota. Também fizeram palestras a advogada Cléa Carpi, primeira mulher a receber a Medalha Rui Barbosa, maior honraria da advocacia brasileira; a conselheira federal pelo Ceará Francilene Gomes de Brito, e as professoras Luanna Tomas de Souza, da Universidade Federal do Pará, e Juliana Diniz, da Universidade Federal do Ceará.