O evento foi aberto pela presidente nacional, Rita Cortez. “O livro é uma contribuição importante para a recuperação da história e da verdade, indispensáveis para que sejam providenciadas as devidas responsabilizações e reparações das ilegalidades cometidas na Lava Jato”, disse a advogada. Os debates foram mediados pela diretora de Biblioteca do IAB, Márcia Dinis. O webinar Papo com o IAB contou, ainda, com as participações do advogado e professor Geraldo Prado, que fez palestra, e do 2º vice-presidente do IAB, Sydney Sanches.
‘Grave lesão’ – Membro do IAB e doutor em Ciência Política pela UFF, Fernando Augusto Fernandes comentou a sua obra: “O livro é um retrospecto do País nos últimos 50 anos, a partir da ditadura militar, passando pela implementação da política de segurança nacional sob a influência dos EUA, como também pelo incentivo americano ao combate bélico às drogas e ao endurecimento da legislação penal, até chegar à Operação Lava Jato”. De acordo com o autor, “a operação representou uma grave lesão ao sistema jurídico e à democracia brasileira”.
O professor de Processo Penal e membro do IAB Geraldo Prado classificou o livro como “a memória de um episódio trágico de sistemática violação de direitos, praticada a título de se combater a corrupção”. Ele destacou o valor histórico de informações reunidas na obra: "Fernando Fernandes conseguiu acesso a gravações, de interesse histórico indiscutível, dos julgamentos dos processos contra presos políticos no Superior Tribunal Militar (STM) durante a ditadura e, posteriormente, obteve autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para torná-las públicas".
Geraldo Prado disse considerar o capítulo 14, página 282, o momento mais importante do livro. “É ali que o autor trata da responsabilidade do Supremo Tribunal Federal, que tomou decisões respaldando a violação sistemática de direitos cometida no âmbito da Lava Jato”, apontou.
A diretora Márcia Dinis também fez um comentário a respeito do comportamento do STF: “As vozes das ruas têm prevalecido, inclusive no Supremo, mas o papel dos advogados é lutar contra decisões que extrapolem os limites da lei”.
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!