Em sua participação no painel sobre ‘Direito Constitucional’, Jorge Folena disse que o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), em março de 2009, favorável à demarcação contínua da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, não foi suficiente para conter os assassinatos. De acordo com o advogado, embora logo após o julgamento tenha ocorrido uma diminuição dos casos de homicídios contra os indígenas, em comparação com os dados de 2003, os números demonstram crescimento no período de 2009 a 2017. “O reconhecimento pelo STF do constitucionalismo fraternal e da igualdade cívica das minorias não aumentou a proteção aos índios”, afirmou Jorge Folena.
O advogado, que lançou recentemente o livro Terras indígenas: a indiferença dos tribunais do Brasil, criticou o fato de o STF não ter marcado ainda o julgamento do parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que deslegitimou todos os processos de demarcação tramitados após a promulgação da Constituição Federal de 1988. “Toda terra brasileira sempre pertencerá, por origem, em qualquer época, aos indígenas e aos seus descendentes, não cabendo o indevido marco temporal a ser julgado pelo Supremo”, defendeu Jorge Folena.
Também participaram do painel o ex-presidente da OAB Nacional Vinícius Furtado Coelho, que falou sobre ‘O Conselho Federal da OAB e o controle de constitucionalidade’; a advogada e professora da Uerj Vânia Siciliano Aieta, que tratou de ‘Defesa da Constituição e ameaças à democracia’; o professor da UFRJ Eduardo Maneira, que fez conferência sobre ‘Reforma tributária’, e a mestre em Ciências Jurídicas Denise Schmitt Garcia, com ‘Constitucionalidade, transnacionalidade e sustentabilidade’.
O painel foi conduzido pelo presidente da subseção da OAB/RO em Rolim de Moura, Márcio Antônio Pereira, enquanto a moderação dos debates ficou a cargo da advogada Cynthia Patrícia Muniz, ex-presidente da subseção da OAB/RO em Ariquemes.
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