Em seu parecer, Joycemar Lima Tejo citou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 594, protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Psol. O partido quer que seja “reconhecida a violação a preceitos constitucionais em razão da mudança na política pública de segurança do Estado do Rio de Janeiro”. O relator mencionou também posicionamento de instituições internacionais.
“A ONU e a OEA enviaram comunicados ao governador Wilson Wítzel, questionando o uso abusivo da força contra comunidades pobres do Rio de Janeiro, em especial contra os moradores de favelas”, informou. Segundo o advogado, “a política de segurança pública do Rio é fragorosamente inconstitucional, por não garantir a preservação da incolumidade das pessoas”.
Kátia Tavares criticou duramente a política de segurança do Rio. “Essa política de guerra adotada pelo atual govenador, sob o pretexto de combate ao tráfico de drogas e do crime organizado, atinge, especialmente, a população em sua maioria jovem, negra e moradora das favelas e periferias”, afirmou.
A advogada criminalista defendeu a desmilitarização das polícias, investimento na integração entre as polícias estaduais e federais, e substituição das intervenções militares pela adoção de programas sociais. Para Kátia Tavares, “o extermínio da população negra e pobre é legitimado por discursos do governador, quando diz que a polícia tem que mirar na cabecinha para matar”.
Eric Cwajgenbaum traçou um histórico da segurança no Rio. “A segurança pública do Estado do Rio de Janeiro já esteve outras vezes nas mãos de governadores que, em frontal agressão aos conceitos mais básicos da dignidade da pessoa humana, desenvolveram planos de curto prazo com forte estímulo a ações policiais violentas, com ênfase no confronto armado, ao invés da inteligência policial”, afirmou.
Para o advogado, os pronunciamentos de Witzel reforçam o enfrentamento. “Nas atitudes, declarações e anúncios do atual governador há uma formação ideológica de violação da Constituição da República, ao não proteger a garantia fundamental do direito à vida”, disse.
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!