“Sobral Pinto tinha uma ligação profunda com meu pai, e o defendeu, em 1941, quando ele foi condenado a seis meses de prisão pelo Tribunal de Segurança Nacional, durante a ditadura Vargas, por ter interposto um recurso contra a cassação, sem ressarcimento, da concessão concedida à Companhia Brasileira de Portos, para a qual advogava”, contou Hariberto Miranda de Jordão Filho. O homenageado falou que, após seu pai afirmar no julgamento que o processo era destituído de fundamentação legal, Sobral Pinto, em defesa da sua absolvição, disse: “As futuras gerações que nos sucederem no exercício da advocacia, ao tomarem conhecimento deste episódio, inclinar-se-ão, cheias de respeito, diante da personalidade forte deste advogado, que, mesmo sendo tão jovem, não teme em sacrificar a sua própria liberdade, para poder afirmar, em gesto de rara coragem e civismo, as prerrogativas da defesa livre e independente”.

Luciano Bandeira, ao entregar a comenda, que é “a maior deferência da OAB/RJ”, destacou as qualidades exigidas para a concessão da homenagem. “A Seccional criou a medalha para agraciar os advogados que, em exercício contínuo e sem nenhuma mancha em suas carreiras ilibadas, completaram cinco décadas de profissão”, afirmou. Sobre o homenageado, Luciano Bandeira disse que “Hariberto traz no peito o sentimento de justiça e liberdade que todos os advogados carregam consigo”. A respeito da escolha do nome dado à comenda, o presidente da Comissão de Prerrogativas afirmou que “Sobral Pinto é o principal referencial do exercício da advocacia, por representar o enfrentamento, a trincheira, a resistência e a luta em defesa da classe e de toda a sociedade”.