Também participaram do debate, organizado em parceria com o Comitê de Solidariedade a Cuba no Rio, o presidente da ABI, Octávio Costa, a advogada da Associação e secretária-geral da Comissão de Direito Internacional da OAB/RJ, Maria Fernanda Fernandes da Cunha, e a coordenadora do Capítulo Brasil do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Presos, Carmen Diniz. Após a reunião, eles receberam o pai de Julian Assange, John Shipton, para um ato-entrevista. Ele está no Brasil divulgando o caso e foi recebido pela Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados. Shipton também protagoniza o documentário Ithaka – A luta de Assange, que está sendo lançado no Brasil.
Os documentos publicados no site Wikileaks, fundado por Assange, revelam crimes de guerra e campos de tortura estadunidenses mantidos no Iraque, Afeganistão e na base de Guantánamo, território dos EUA em Cuba. Acusado de espionagem, o jornalista está privado de liberdade há mais de 10 anos sem nunca ter sido condenado. Antes da prisão, ele se refugiou na embaixada do Equador em Londres e ficou confinado lá por sete anos. Com a revogação do asilo político, em 2019, Assange foi preso na Inglaterra.
No Brasil, entidades, intelectuais, cientistas e lideranças da sociedade civil pediram, em carta enviada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a concessão de asilo político ao australiano. Pedidos em favor do preso também têm sido encabeçados por órgãos de imprensa internacionais. Em dezembro do ano passado, eles solicitaram ao governo dos EUA a anulação do processo, sob risco de prejuízo à liberdade de imprensa. Assinam a carta o jornal britânico The Guardian, o estadunidense The New York Times, o espanhol El País, o francês Le Monde e a revista e portal da Alemanha Der Spiegel.
(Com informações da Agência Brasil sobre o caso Assange.)