O relator do parecer, Joycemar Tejo, defendeu que a aproximação do Brasil em relação à iniciativa não apenas representa um promissor ganho econômico para o País, mas também traz a efetivação de alguns valores constitucionais. Ele citou, dentre esses valores, “o desenvolvimento nacional como objetivo fundamental da República, a erradicação da pobreza e das desigualdades, a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade (princípio que rege as relações internacionais do País) e a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina”.
A análise, que foi apreciada pela Comissão de Direito da Integração, destaca que o empreendimento chinês pode ter impactos geopolíticos e econômicos positivos para o Sul Global, colaborando com o fomento de um desenvolvimento sustentável. “Os chineses têm focado em investimentos na energia dita ‘verde’, renovável — como o hidrogênio verde da nascente indústria brasileira —, e temas relacionados ao conceito de ‘nova infraestrutura’: energia renovável e transição energética, fintech, 5G, data centers, inteligência artificial, transmissão de energia elétrica em ultra alta tensão, veículos elétricos e transporte ferroviário urbano”, afirma o parecer.
Tejo sublinhou que a China, segunda maior potência econômica mundial e um dos PIBs que mais cresce no mundo, tem buscado estabelecer conversas e aproximações com líderes dos países da América Latina, incluindo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Todos esses diálogos tiveram como foco não apenas a expansão das relações já existentes, como também o fomento na cooperação em áreas inovadoras desses países, como sistemas de mobilidade urbana na Colômbia, indústria farmacêutica no Uruguai, economia digital, energia e mineração no Peru e 5G no Brasil, dentre outras áreas”, explicou.
Sérgio Sant’Anna
O autor da indicação que deu origem ao parecer, Sérgio Sant’Anna, apoiou a posição do relator e reafirmou o caráter promissor da iniciativa para a economia brasileira. Em um vídeo enviado por ele e transmitido ao plenário, o advogado destacou que o “parecer pode ser um ponto de partida para que o debate sobre o tema seja aprofundado, já que ele é de grande interesse do País”.