O evento foi conduzido pela presidente da Comissão de Inteligência Artificial e Inovação do IAB, Ana Amelia Menna Barreto, e também teve a participação da estudante de Ciência da Computação e fundadora do Instituto Meninas Negras, Isabelle Christina. O filme, que aborda a presença feminina na tecnologia, foi definido por Ana Amelia Menna Barreto como um manifesto pela inclusão de mulheres no mercado, o que impacta diretamente o desenvolvimento social, econômico e cultural. “Cibernéticas apresenta os percursos transitados por garotas poderosas que fazem hoje e fizeram no passado o mundo ficar mais humano por meio da inovação tecnológica. É uma reflexão sobre a presença das mulheres no ecossistema que controla modelos de vida no mundo contemporâneo”, relatou.
A intimidade com a tecnologia começa, segundo Isabelle Christina, na abertura de um olhar para o campo. “Quando falamos em tecnologia, acham que é uma coisa ultra difícil de fazer. Na verdade, precisamos de olhares sensíveis em relação ao mundo para que consigamos usar essa ferramenta para habilitar o que quer que nós entendamos como uma necessidade para a sociedade”. O projeto dirigido pela estudante, que é voltado para pessoas com pouco acesso à informação, busca ligar a comunidade feminina negra ao universo digital, que se apresenta como uma ferramenta de mudança social em constante evolução. “Temos estudos que mostram que até 2030 85% dos trabalhos não vão existir mais da forma como são hoje e muitos outros vão surgir. Quem é que está preparando as pessoas para esse novo cenário? Precisamos desenvolver algumas habilidades com a criatividade, como um ponto primordial, porque estamos vivendo em um futuro incerto”.
A presidente da Comissão de Inteligência Artificial e Inovação também ressaltou que o tema do documentário se relaciona diretamente com a pauta mais recente da Organização das Nações Unidas (ONU) para a proteção feminina. Neste ano, a entidade lançou a campanha Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para a igualdade de gênero, que estabelece medidas para o cuidado e o incentivo da presença feminina na internet. A questão, para Graziela Mantoanelli, atravessa uma das queixas mais comuns de mulheres dentro do mercado de trabalho: “o maior desafio é o mesmo na área do Direito, do Audiovisual e de Finanças. Nós sempre brigamos por equidade salarial e por espaço”, finalizou.