Os homenageados foram saudados pelo orador oficial do Instituto, Sérgio Tostes, que ressaltou os principais momentos de suas trajetórias profissionais. Ao falar de Humberto Adami, que preside a Comissão de Igualdade Racial do IAB, Tostes enfatizou a luta por reparação da escravidão e por equidade no sistema de Justiça: “Ele tem 30 anos de associação ao IAB e uma vida inteira de combate ao racismo. No Instituto, será sempre lembrado pelo parecer histórico que relatou estabelecendo os aspectos jurídicos que amparam a reparação da escravidão negra”.
Antonio Celso Alves Pereira
Já Antonio Celso Alves Pereira foi lembrado pela brilhante atuação no Direito Internacional e pela sua trajetória como educador. Ele foi diretor da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e reitor da mesma instituição. “Antonio Celso sempre teve um olhar muito atento às ameaças à cidadania e produziu artigos sobre o tema. Ele nos ensinou que a efetividade dos direitos humanos em uma sociedade democrática está diretamente subordinada ao cumprimento das normas oriundas da ordem jurídica”, disse Tostes.
Membro do IAB há 35 anos, Antonio Celso Pereira se declarou honrado por receber uma comenda que leva o nome de Levi Carneiro. Além de um grande jurista e político, o advogado também era especialista em Direito Internacional. “É um motivo de grande felicidade ser homenageado com o nome desse cidadão com tão firme natureza civilizatória. E, como advogado, eu lamento e protesto contra os dias trágicos que vivemos. Temos assistido ao ressurgimento das guerras de conquista e das graves violações aos direitos humanos nos planos nacional e internacional. Isso precisa acabar”, afirmou.
Humberto Adami
Em seu discurso, Humberto Adami reforçou a importância do trabalho de luta contra as consequências da escravização de pessoas negras. “Enquanto o Brasil não trouxer um acerto de contas com essa chaga e com a população preta e parda – a mais pobre do País – jamais seremos uma verdadeira República”, pontuou o advogado. Ao falar sobre seu trabalho na Casa de Montezuma, ele destacou o curso Reparação da Escravidão, promovido ano passado pela Escola Superior do IAB (ESIAB), como uma das grandes iniciativas em prol dessa luta.