Os debates foram conduzidos pelo presidente da Comissão de Direito Processual Civil, Ivan Nunes Ferreira. Entre os familiares do homenageado que participaram do webinar estavam a filha Maria Eunice de Andrade Guimarães; os netos André Gustavo Corrêa de Andrade, desembargador do TJ/RJ, Breno de Andrade Filho e Vera Lúcia de Andrade Torres, ambos advogados, e a bisneta Teresa de Andrade Castro Neves, desembargadora do TJRJ. “A família agradece profundamente ao IAB por esta emocionante homenagem”, disse Breno de Andrade Filho. Também fez palestra o desembargador do TRF2 Aluisio Gonçalves de Castro Mendes.
Membro da Academia Brasileira de Letras Jurídicas (ABLJ) e do IAB, Sergio de Andréa Ferreira falou da importância do homenageado na sua formação: “Com Odilon de Andrade, tive a honrosa oportunidade de aprender inesquecíveis lições de Direito Processual Civil”. O magistrado aposentado lembrou a trajetória do jurista, que nasceu em Andrelândia (MG), em 1876, e formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em 1894.
“Ele foi promotor, juiz, vereador e presidente da Câmara Municipal de São João del Rei, cumpriu dois mandatos como deputado federal por Minas Gerais, veio para o Rio de Janeiro e se tornou professor de Direito Processual Civil da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro”, informou. Sergio de Andréa Ferreira disse ainda que o jurista presidiu a OAB/RJ, em 1961 e 1962, e dentre as homenagens que recebeu está a escolha do seu nome para a Escola Municipal Odilon de Andrade, instalada em Olaria, na zona Norte do Rio. Entre os livros publicados, destacam-se Comentários ao Código de Processo Civil e Comentários ao Código de Processo Civil do Distrito Federal. Odilon de Andrade ocupou a cadeira 14 da ABLJ.
Precedentes – “Foi uma pessoa completa, que ocupou várias funções públicas com muito brilhantismo”, destacou o desembargador Aluisio Gonçalves de Castro Mendes, que hoje ocupa a cadeira que foi de Odilon de Andrade na ABLJ. A respeito do novo Código de Processo Civil (CPC), o magistrado, que também é membro do IAB, manifestou apoio ao fortalecimento dado pela legislação aos precedentes: “O papel dos tribunais superiores tem, naturalmente, maior relevância no estabelecimento dos precedentes, mas muitos destes surgem no âmbito dos tribunais federais ou dos tribunais de justiça, podendo posteriormente subir e ser reconhecidos nas instâncias acima”. No seu comentário, ele citou o artigo 926 do novo CPC, segundo o qual “os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente”.
Ivan Nunes Ferreira ressaltou a importância dos ensinamentos prestados pelo homenageado aos estudiosos do Direito e a atualidade dos pensamentos do jurista: “A necessidade de colocação de limites aos poderes dos juízes é um tema que foi muito bem abordado pelo mestre Odilon de Andrade, sendo que ainda hoje os seus posicionamentos a respeito da questão são inseridos na discussão a respeito do assunto no País”. Em relação ao novo CPC, o presidente da Comissão de Direito Processual Civil disse: “É um código muito alvissareiro tanto para a justiça quanto para a advocacia”.
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!