IAB NA IMPRENSA

NA MÍDIA

Emanuel Soledade

Emanuel Soledade

04.09.2017

  

 

Evento promovido pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) em parceria com a Caixa dos Advogados da Paraíba contou com mais de 2 mil participantes e foi encerrado no último sábado (02), no Centro de Convenções, na Capital


O maior congresso jurídico já realizado na Paraíba foi encerrado no último sábado (02), no Centro de Convenções, em João Pessoa, celebrando a presença de mais de 2 mil participantes, entre advogados, estudantes e demais operadores do Direito, e comemorando os resultados alcançados no evento, promovido pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) em parceria com a Caixa de Assistência dos Advogados da Paraíba (CAA/PB). Em reconhecimento ao trabalho e aos relevantes serviços prestados ao longo de uma trajetória de mais de duas décadas, o presidente da CAA/PB, Carlos Fábio, foi agraciado com a Medalha de Montezuma, uma das mais altas condecorações da advocacia brasileira.


A outorga da medalha foi feita pelo presidente do IAB, Técio Lins e Silva, durante sessão de encerramento do 1º Congresso Nacional da Instituição. Na oportunidade, Técio Lins e Silva elencou as qualidades intelectuais, destacou a militância jurídica e registrou o trabalho de Carlos Fábio à frente da Caixa dos Advogados da Paraíba. “A realização desse congresso só foi possível graças a determinação e o empenho desse grande jurista paraibano, a quem tenho, por toda a sua história, o dever e a honra de prestar essa homenagem, conferindo-o a mais alta comenda do Instituto dos Advogados Brasileiros”, exortou o presidente do IAB.      


O último dia do Congresso Nacional do IAB trouxe como um dos temas de debate a Reforma Política. Com mediação do presidente da CAA/PB, Carlos Fábio, os congressistas puderam ouvir o ex-presidente do Conselho Federal da OAB, ex-ministro da Justiça, Bernado Cabral; o ministro da Justiça, Torquato Jardim e a presidente da Associação de Magistradas Eleitorais Ibero-Americanas, Ministra Luciana Lóssio, apresentarem pontos acerca da Reforma Política.


Em sua fala, Luciana Lóssio destacou a participação das mulheres na Política e afirmou o que falta, na opinião dela. “Falta vontade. Falta que os partidos políticos, de fato, cumpram as disposições legais. Pois os incentivos de hoje existem na lei, mas não são cumpridos. Hoje nós perdemos para todos os demais países no que toca a representação feminina, aqui na América Latina perdemos para todos os países”, disse a ministra.


Ela disse ainda que, para ela, apenas alguns pontos precisam ser ajustados na Reforma Política. “Penso que seriam três os elementos que contribuiriam para a Reforma Política: o fim das coligações, a cláusula de desempenho e a federação de partidos”, destacou.


Para encerrar as atividades do Congresso Nacional do IAB, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli em sua palestra falou sobre a democracia e judicialização da política, em que foi apresentada uma análise do poder moderador no Brasil. Dias Toffoli comentou ainda sobre a importância do debate central do evento. “O Direito é tido por muitos, por exemplo, como aquele que mudou a criação do mundo capitalista de hoje. Pois, evidentemente, não existe desenvolvimento sem haver regras e segurança jurídica”, ressaltou.


O evento – Reunindo mais de duas mil pessoas ligadas ao Direito, o Congresso Nacional do IAB ocorreu entre os dias 31 de agosto e 1º e 2 de setembro no Teatro Pedra do Reino, Centro de Convenções de João Pessoa. O evento inédito da entidade marcou os 174 anos do IAB e contou com grandes nomes da área para debater a importância do Direito para o desenvolvimento do País. 


Convocação - O IAB convocou os advogados e demais integrantes do universo jurídico  a exigir reformas políticas urgentes, com a finalidade de dotar o Poder Legislativo de efetiva legitimidade e representação popular, de modo a que se estabeleça um novo pacto social, como forma de se fortalecer o Estado Democrático de Direito. A convocação ocorreu com a aprovação, por aclamação, da CARTA DA PARAÍBA, assinada e lida por Técio Lins e Silva, presidente da entidade, ao final do Congresso Nacional do IAB, realizado no Centro de Convenções de João Pessoa. 


Leia o documento na íntegra:


CARTA DA PARAÍBA


O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), por ocasião do seu I Congresso Nacional, realizado na cidade de João Pessoa (PB), de 31 de agosto a 2 de setembro, comemorativo ao seu 174º aniversário de fundação, concita os advogados e demais integrantes do universo jurídico a adotarem as seguintes posturas:


1) Não aceitar, incondicionalmente, quaisquer violações às garantias individuais previstas na Constituição Federal, notadamente aquelas que dizem respeito às limitações à utilização do habeas corpus como instrumento garantidor da liberdade de ir e vir; ao direito dos acusados em geral de não produzirem prova contra si, especialmente em supostas "colaborações" com os órgãos de persecução penal, e ao direito de serem considerados inocentes até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória;


2) não aceitar, incondicionalmente, violações aos direitos dos trabalhadores do campo e das cidades, pugnando pelo pleno emprego e pelo estrito cumprimento de suas garantias sociais, tais como aposentadoria condigna, educação e assistência médico-hospitalar para si e seus familiares;


3) exigir reformas políticas urgentes, com a finalidade de dotar o Poder Legislativo de efetiva legitimidade e representação popular, de modo a que se estabeleça um novo pacto social, como forma de se fortalecer o Estado Democrático de Direito.

 

João Pessoa, 2 de setembro de 2017.

 

Sob a mediação da diretora secretária do IAB Adriana Brasil Guimarães, o tema foi debatido no Congresso Nacional do IAB.

sábado, 9 de setembro de 2017

Durante o painel Arbitragem e questões controvertidas no novo CPC no Congresso Nacional do IAB - Instituto dos Advogados Brasileiros, no Centro de Convenções de João Pessoa/PB, foi informado que o Brasil é o terceiro país do mundo que mais utiliza a arbitragem para a resolução de conflitos.

Sob a mediação da diretora secretária do IAB Adriana Brasil Guimarães, o tema foi debatido pela diretora de Mediação, Conciliação e Arbitragem do IAB Ana Tereza Basílio, pelo doutor em Direito pela PUC/SP Luiz Rodrigues Wambier e a vice-presidente do CBMA - Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem Adriana Braghetta.

"A arbitragem não foi introduzida no país pela lei 9.307/96, mas restaurada por ela, pois a nossa primeira Constituição, de 1824, a previa", informou Ana Tereza Basílio.

Na sua palestra, a diretora do IAB ressaltou, também, a importância do CPC/15, para o fortalecimento da arbitragem. Segundo a advogada, o novo CPC consolidou, por meio dos artigos 337 e 485, a obrigatoriedade, instituída pela Lei da Arbitragem, do cumprimento da cláusula que impede o encaminhamento da causa a litígio judicial.

"Caso uma das partes se esquive do acordado e busque o juízo, conforme a Lei da Arbitragem e também o novo CPC, o juiz, diante do litígio, tem o dever de extinguir o feito, sem o julgamento do mérito", explicou Ana Tereza Basílio.

Nova era

A diretora do IAB enfatizou, ainda, a importância da autonomia dada às partes pela nova legislação.

"Uma das mais relevantes alterações do novo CPC foi o negócio jurídico processual que garante a possibilidade de as partes convencionarem os ritos dos processos junto aos árbitros", afirmou.

De acordo com ela, a legislação lhes faculta o estabelecimento de regras para o caso concreto, como perícias, definição de documentos e prazos de contestação, "sempre com a avaliação da sua legalidade pelo árbitro, que observa se alguma delas é abusiva ou desfavorável a uma das partes".

Para Basílio, "uma nova era" foi instaurada com a introdução do dispositivo. "Ele permite a flexibilização e a adaptação da legislação processual às necessidades dos jurisdicionados, proporcionando o aperfeiçoamento do direito e da justiça para a resolução dos conflitos".

Na sua palestra, a vice-presidente do CBMA, Adriana Braghetta, informou que o Brasil é o terceiro país do mundo que mais recorre à arbitragem.

Segundo Braghetta, o país se tornou um dos maiores utilizadores dos seus mecanismos, por ser signatário de diversos tratados internacionais, com destaque para a Convenção de Nova Iorque, que dá liga a todo o sistema mundial de arbitragem.

De acordo com ela, a convenção determina que os laudos proferidos pelos países signatários sejam reconhecidos pelas mais de 140 nações que a assinaram. Braghetta informou que a arbitragem é largamente utilizada em contratos de âmbito internacional, como, por exemplo, na assinatura de empréstimos junto ao FMI - Fundo Monetário Internacional.

A respeito da celeridade na resolução dos conflitos, por meio da arbitragem, afirmou que "nenhum empresário tem condições de esperar 15 anos por uma decisão de mérito no Poder Judiciário".

Fenômeno brasileiro

Na sua exposição, Luiz Rodrigues Wambier falou sobre a sobrecarga de processos no Judiciário.

"Não há parâmetro no mundo para esse fenômeno brasileiro de busca pela justiça que estrangulou o sistema", afirmou.

Segundo Wambier, esse panorama esteve presente na discussão e elaboração do novo CPC, pois os legisladores procuraram criar mecanismos que aumentassem as portas para receber os jurisdicionados e resolver os seus conflitos. E o estímulo aos meios alternativos deve constar da formação dos advogados.

"As faculdades de direito não ensinam as práticas colaborativas empregadas na mediação, na conciliação e na arbitragem", criticou.

Disse, ainda, que o sistema multiportas de acesso às soluções de direito são o caminho para o "desafogamento" do Judiciário.


Fonte:http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI265007,91041-Brasil+e+o+terceiro+pais+que+mais+utiliza+a+arbitragem+para+solucao

Presidente do IAB voltou a criticar execução de pena após condenação em segunda instância.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017 

Ao abrir o Congresso Nacional do IAB - Instituto dos Advogados Brasileiros, na última sexta-feira, 1º/9, em João Pessoa/PB, o presidente nacional do Instituto, Técio Lins e Silva, voltou a criticar decisão do Supremo Tribunal Federal que permite a execução de pena após condenação em segunda instância, antes do trânsito em julgado. "Quem defende essa tese acredita que a pena privativa de liberdade é solução para tudo, não importa o que dizem as leis", afirmou Técio, para uma plateia de mais de dois mil advogados e estudantes de Direito, que lotaram o Teatro Pedra do Reino.

O congresso, que começou dia 31/8, com workshops, e terminou dia 2/9, com uma conferência do ministro Dias Toffoli, do STF, comemorou os 174 anos do Instituto, que é a instituição jurídica mais antiga das Américas. O papel do Direito na construção de um novo Brasil é o tema central do evento, que tem em sua programação painéis sobre as reformas política e trabalhista, ativismo judicial, democracia e corrupção. O congresso foi realizado pelo IAB em parceria com a Caixa de Assistência dos Advogados da Paraíba (CAAPB) e a Luz Criações.

Em sua palestra, Técio Lins e Silva ressaltou a importância do debate em torno dos temas escolhidos, principalmente quando o país atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história. "É com alegria que vejo tanta gente interessada em discutir o papel do jurista e do Direito na busca de soluções para a crise política que vivemos", afirmou. Ele lembrou que começou a exercer a advocacia em outro momento muito difícil, após o golpe militar de 1964 e a edição do Ato Institucional nº 5, em 1968, quando o Congresso Nacional foi fechado e três ministros do Supremo foram cassados.

"Vejam que tempos difíceis para a advocacia: o AI-5 suspendeu o habeas-corpus e não havia garantias para o exercício da profissão", relatou Técio. "Foram tempos de terrorismo institucional, que a advocacia brasileira teve a coragem de enfrentar", acrescentou. Ele também lembrou a Constituição de 1988, que "trouxe novamente as garantias democráticas", até chegar aos dias atuais em que, segundo ele, "vivemos tempos de cólera, tempos obscuros, difíceis".

Criminalização da advocacia

O presidente do IAB criticou, ainda, as operações realizadas com estardalhaço pelo Ministério Público e a Polícia Federal, "com nomes esdrúxulos", e lembrou que, mesmo na época da ditadura militar, os escritórios de advocacia não tinham seus arquivos violados nem as conversas com os clientes gravadas com autorização da Justiça. "Não é por esse fanatismo que iremos alcançar soluções", sentenciou. Segundo Técio, esse clima que se instalou no país "levou à criminalização da própria advocacia criminal, mas as prerrogativas dos advogados são prerrogativas dos nossos clientes, dos cidadãos que nós representamos".

Entre os motivos que levaram o IAB a realizar seu primeiro congresso nacional em João Pessoa, Técio Lins e Silva citou a necessidade de nacionalizar o IAB, que tem sede no Rio de Janeiro, mas reúne advogados de todo o Brasil, além do fato de o Nordeste ser o berço de grandes juristas brasileiros. Citando com orgulho os títulos que recebeu, de cidadão paraibano e de cidadão pessoense, Técio convocou os participantes do congresso a se unirem em torno da defesa do estado de direito democrático.

Também participaram da abertura do Congresso Nacional do IAB, compondo a mesa de honra, o presidente da Caixa de Assistência dos Advogados da Paraíba Carlos Fábio Ismael; a presidente da Associação de Magistradas Eleitorais Ibero-americanas, Luciana Lóssio; a representante do Conselho Nacional de Justiça. Maria Tereza Uille; o secretário de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão da Paraíba, Waldson de Souza; o des. Arnóbio Teodósio, do Tribunal de Justiça da Paraíba; a defensora pública-geral da Paraíba, Maria Madalena Abrantes Silva; o presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro, Marcello de Oliveira; o representante do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), Otto Rodrigo de Melo Cruz; o vice-presidente da Associação dos Advogados de São Paulo, Luiz Perissé Duarte Junior; o presidente do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados, Carlos José Santos da Cruz, e o presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, des. André Fontes.


Fonte: http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI264842,101048-Em+Joao+Pessoa+Tecio+Lins+e+Silva+critica+execucao+de+pena+apos

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04/09/2017 | 15h49min

 

O último dia do Congresso Nacional do IAB, realizado nesse último sábado (2), em João Pessoa, trouxe como um dos temas de debate a Reforma Política. O evento, destinado ao público da área do Direito, foi realizado no Centro de Convenções de João Pessoa. Com mediação do presidente da CAA/PB, Carlos Fábio, os congressistas puderam ouvir o ex-presidente do Conselho Federal da OAB, ex-ministro da Justiça, Bernado Cabral; o ministro da Justiça, Torquato Jardim e a presidente da Associação de Magistradas Eleitorais Ibero-Americanas, Ministra Lucina Lóssio, apresentarem pontos acerca da Reforma Política.

 

Em sua fala,  Luciana Lóssio destacou a participação das mulheres na Política e afirmou o que falta, na opinião dela. “Falta vontade. Falta que os partidos políticos, de fato, cumpram as disposições legais. Pois os incentivos de hoje existem na lei, mas não são cumpridos. Hoje nós perdemos para todos os demais países no que toca a representação feminina, aqui na América Latina perdemos para todos os países”, disse a ministra.

 

Ela disse ainda que, para ela, apenas alguns pontos precisam ser ajustados na Reforma Política. “Penso que seriam três os elementos que contribuiriam para a Reforma Política: o fim das coligações, a cláusula de desempenho e a federação de partidos”, destacou.

 

Para encerrar as atividades do Congresso Nacional do IAB, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli em sua palestra falou sobre a democracia e judicialização da política, em que foi apresentada uma análise do poder moderador no Brasil. Dias Toffoli comentou ainda sobre a importância do debate central do evento. “O Direito é tido por muitos, por exemplo, como aquele que mudou a criação do mundo capitalista de hoje. Pois, evidentemente, não existe desenvolvimento sem haver regras e segurança jurídica”, ressaltou.

 

O Evento – Reunindo mais de duas mil pessoas ligadas ao Direito, o Congresso Nacional do IAB foi uma realização da Luz Criações e aconteceu entre os dias 31 de agosto e 1º e 2 de setembro no Teatro Pedra do Reino, Centro de Convenções de João Pessoa. O evento inédito da entidade marcou os 174 anos do IAB e contou com grandes nomes da área para debater a importância do Direito para o desenvolvimento do País.  Para Will Fonseca, da Luz Criações, o evento foi positivo para todos. "Foi uma grande honra estar ao lado do Instituto dos Advogados Brasileiros e dos ilustres convidados do evento, uma organização de 174 anos de existência e realizar o I Congresso Nacional do IAB, maior evento jurídico da história da Paraíba, com mais de dois mil advogados e estudantes da área. Além disso foi uma oportunidade de demonstrar a versatilidade da empresa, que produz eventos exclusivos de médio e grandes portes, com muita qualidade e responsabilidade", celebrou. 

Convocação - O IAB convocou os advogados e demais integrantes do universo jurídico  a exigir reformas políticas urgentes, com a finalidade de dotar o Poder Legislativo de efetiva legitimidade e representação popular, de modo a que se estabeleça um novo pacto social, como forma de se fortalecer o Estado Democrático de Direito. A convocação ocorreu  com a aprovação, por aclamação, da CARTA DA PARAÍBA, assinada e lida por Técio Lins e Silva, presidente da entidade, ao final do Congresso Nacional do IAB, realizado no Centro de Convenções de João Pessoa. 

Leia o documento na íntegra:

CARTA DA PARAÍBA

O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), por ocasião do seu I Congresso Nacional, realizado na cidade de João Pessoa (PB), de 31 de agosto a 2 de setembro, comemorativo ao seu 174º aniversário de fundação, concita os advogados e demais integrantes do universo jurídico a adotarem as seguintes posturas: 

1) Não aceitar, incondicionalmente, quaisquer violações às garantias individuais previstas na Constituição Federal, notadamente aquelas que dizem respeito às limitações à utilização do habeas corpus como instrumento garantidor da liberdade de ir e vir; ao direito dos acusados em geral de não produzirem prova contra si, especialmente em supostas "colaborações" com os órgãos de persecução penal, e ao direito de serem considerados inocentes até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória;

2) não aceitar, incondicionalmente, violações aos direitos dos trabalhadores do campo e das cidades, pugnando pelo pleno emprego e pelo estrito cumprimento de suas garantias sociais, tais como aposentadoria condigna, educação e assistência médico-hospitalar para si e seus familiares; 

3) exigir reformas políticas urgentes, com a finalidade de dotar o Poder Legislativo de efetiva legitimidade e representação popular, de modo a que se estabeleça um novo pacto social, como forma de se fortalecer o Estado Democrático de Direito. 

 

João Pessoa, 2 de setembro de 2017.

“A crise política está causando o descrédito absoluto das instituições, inclusive do Poder Judiciário, que tem permitido que o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório sejam negociados ao sabor das conveniências”. A afirmação foi feita pela doutora em Direito Público Liana Cirne Lins, na manhã deste sábado (2/9), no painel Instituições e Democracia, no Congresso Nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), no Centro de Convenções de João Pessoa. Na sua crítica ao Judiciário, ela afirmou ainda que “convicções políticas não podem ser aplicadas ao direito”. O tema também foi debatido pelo 3º vice-presidente do IAB, Sergio Tostes. A mediação ficou a cargo do vice-presidente da OAB/PB e membro da Comissão Nacional de Acompanhamento Legislativo do Conselho Federal da OAB, Raoni Vita.
“Precisamos de mais teoria geral do processo e menos política no Judiciário, mas, infelizmente, vemos um ministro do Supremo Tribunal Federal afirmar que é ele quem decide o que é constitucional, e não a lei”, disse Liana Cirne Lins. A advogada comentou também a proeminência da instituição em relação aos demais poderes. “O momento não é de normalidade democrática e há o risco de ruptura das instituições, embora continuemos vendo o Judiciário ocupando um espaço de enorme protagonismo, inclusive legislando sem voto, o que está causando um evidente desequilíbrio entre os poderes”, disse.
Ela falou também da forte presença do poder na mídia. “O Judiciário não tem que estar na mídia, e, no entanto, está no cinema”, afirmou Liana Cirne Lins, numa referência clara às presenças dos juízes Sérgio Moro e Marcelo Bretas, na pré-estreia, no início da semana passada, em Curitiba, do filme Polícia Federal – A lei é para todos, que conta a história da Operação Lava Jato. A advogada criticou também o que chamou de “elitização do Judiciário”. Segundo ela, “há um déficit de democratização, pois é o único dos poderes cuja composição não passa pelo voto”. Para exemplificar os efeitos da elitização do poder, ela informou: “No Superior Tribunal de Justiça, que se intitula ‘o tribunal da cidadania’, os casos relacionados a direitos do consumidor não chegam a 10% do acervo processual da corte”.
‘A quem serve o nosso Judiciário?’ – Antes de encerrar a sua exposição, a advogada indagou “a quem serve o nosso Judiciário?” e citou o caso do morador de rua e catador de material reciclável Rafael Braga Vieira, a única pessoa condenada (4 anos e 8 meses de prisão) por suposta participação nas manifestações de 2013, no Rio de Janeiro. Ele foi preso com uma garrafa de desinfetante e outra de água sanitária, que disse ter encontrado lacradas na rua. Na ocasião, afirmou que as garrafas foram abertas na delegacia e enchidas pelos policiais com outro líquido. Segundo a acusação, os dois recipientes com etanol poderiam ser usados para a fabricação de coquetéis molotov.
Em janeiro de 2016, no regime semiaberto, Rafael Braga voltou a ser preso, portando 0,6g de maconha e 9,3g de cocaína. Foi condenado a 11 anos de prisão por tráfico e associação ao tráfico de drogas. “Se tivesse sido preso com uma tonelada de cocaína, ele seria senador da República”, afirmou Liana Cirne Lins, aplaudia de pé, por alguns minutos, pelo público formado majoritariamente por estudantes de direito e jovens advogados.
Nova Constituinte – Na sua palestra, Sergio Tostes saiu em defesa das prerrogativas da advocacia e do cumprimento dos princípios constitucionais. “Não há hierarquia entre advogados e juízes, que ocupam instituições que existem para garantir a democracia e os direitos”, afirmou o 3º vice-presidente do IAB. Ele defendeu também a realização de uma nova Assembleia Constituinte. “A Constituição de 1988 foi tão deformada que perdeu a sua validade, tornando-se um monstrengo”, diagnosticou.
De acordo com Sergio Tostes, para que a iniciativa tenha eficácia, é preciso estabelecer critérios rigorosos para a composição do quadro de constituintes. “Não poderemos admitir a presença de pelegos, selecionando qualificados representantes do mundo acadêmico, do empresariado, da mídia e diversos outros setores importantes do País”, afirmou. Segundo Tostes, “os advogados, que lutaram contra a ditadura e defenderam a democracia, como o ex-senador e membro do Conselho Superior do
IAB Bernardo Cabral, que foi o relator da Constituinte de 1988, têm uma grande contribuição a oferecer na elaboração de uma nova Constituição”.

Fonte:http://rededenoticias.com/index.php/2017/09/06/devido-processo-legal-negociado-ao-sabor-das-conveniencias-afirma-liana-cirne-lins-no-congresso-do-iab/

 
Assessoria de Imprensa
Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB)
jornalista Ricardo Gouveia
tel. (21) 99303-9376 / 2240-3173
 
 
 
 
 
 
 
 



 

 

Evento termina nesta sábado, com palestra do ministro Dias Tóffoli. 

DA REDAÇÃO

Kleide Teixeira
Congresso Nacional do IAB termina neste sábado. Foto: Divulgação

 

Congresso Nacional do Instituito dos Advogados do Brasil (IAB) inicia nesta sexta-feira (1º) o ciclo de palestras. O evento, realizado no Centro de Convenções de João Pessoa, segue até este sábado (2), reunindo diversos profissionais da área, inclusive nomes como o ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli; do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Luiz Campbell Marques, além do ministro da Justiça, Torquato Jardim.

A palestra desta sexta-feira foi aberta pelo presidente do IAB, Técio Lins e Silva, falando sobre a necessidade de que o rumo a ser tomado pelo país não pode passar ao largo da Constituição Federal. 

A programação segue com uma mesa redonda sobre o “Sistema Penitenciário e Lei de Drogas”, mediada pelo advogado criminalista Carlos Pessoa Aquino, coordenador regional institucional do IAB para a Região Nordeste. Á tarde, a partir das 14h, o tema “O Ativismo Judicial e o Poder Legislativo”, permeia o debate com a participação do ministro João Otávio de Noronha, presidente da Terceira Turma do STJ, além dos doutores em Direito, Pedro Lenza e Margarida Lacombe, e Daniel Sarmento, ex-Procurador da República. 

A “Reforma Trabalhista” encerra a programação do segundo dia do congresso do IAB. O assunto será discutido entre a ministra Delaíde Arantes, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o procurador do Trabalho de Pernambuco, Renato Saraiva, e o advogado César Brito.  

Primeiro dia 

No primeiro dia do evento foram realizados quatro workshops e apresentação de trabalhos. Dentre os temas debatidos foi “Técnicas de estudo para concurso”, ministrado pelo servidor do Tribunal do Regional do Trabalho de Pernambuco, Kalebe Dionísio, os participantes puderam conhecer um pouco da trajetória do palestrante, além de obter conhecimento sobre como conseguir êxito em concursos públicos. “Organização, estudo e motivação são três elementos para aprovação em um concurso. É preciso encarar cada um deles como objetivo de vida. Se não passar, valeu a experiência”, afirmou.

No workshop “Preparação para exame da OAB”, ministrado pelo advogado e coordenador adjunto do curso de Direito do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), Arthur Souto; pelo procurador do Estado da Paraíba, Roberto Mizuki e o pelo mestre em Direito Econômico, Hebert Vieira Durans, os congressistas puderam conhecer melhor as etapas da prova.

No workshop sobre “Direito Societário (compliance, inseder trading e sociedade empresária)”, ministrado pelo diretor do IAB, João Castellar; pelo diretor do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados da Paraíba, advogado, Ricardo Franceschini abordou sobre leis que trouxeram inovações para as medidas de combate à corrupção. Em “Oratória Jurídica”, conduzido pela consultora e gestora empresarial Shirleiy Almeida, os congressistas puderam obter mais conhecimento acerca de como se comportar na hora de falar em público. Já o workshop sobre “Licenciamento Ambiental no Brasil”, ministrado pela Leila Pose Sanches tratou do processo histórico do licenciamento ambiental e princípios que envolvem o Direito Ambiental no País.

Encerramento

O Congresso Nacional do IAB termina neste sábado com a palestra do ministro Dias Toffoli. Antes, os participantes do encontro poderão acompanhar quatro mesas redondas com os temas “Arbitragem e Questões Controvertidas no Novo CPC”, “Instituições e Democracia”, “reforma Política” e “Corrupção e Crise do Direito Penal”.  

 
Confira a programação desta sexta-feira:
 
10h - Palestra Magna
 
Dr. Técio Lins e Silva – Presidente Nacional do IAB.
 
11h15 Mesa Redonda: Sistema Penitenciário e Lei de Drogas
 
PARTICIPANTE
Dra. Maria Lucia Karam - Juíza De Direito aposentada do Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro ex-Juíza auditora da Justiça Militar Federal e ex-Defensora Pública no estado do Rio de Janeiro.
Dra. Maria Tereza Uille – Conselheira do Conselho Nacional de Justiça. Ex-Conselheira do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Ex-Secretária de Estado de Justiça e Cidadania e Direitos Humanos do Paraná.
 
MEDIADOR(A) 
Dr. Carlos Pessoa Aquino - Advogado Criminalista. Professor da Universidade Federal da Paraíba. Coordenador Regional Institucional do IAB para a Região Nordeste
 
12h30 - Intervalo para almoço
 
14h - Mesa Redonda: O Ativismo Judicial e o Poder Legislativo
 
PARTICIPANTE
Ministro João Otávio de Noronha – Presidente da Terceira Turma do STJ. Corregedor Nacional de Justiça. Professor da Escola Superior da Magistratura do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Dr. Pedro Lenza – Doutor em Direito Processual pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Professor de Direito Constitucional e Direito Processual Civil.
Dra. Margarida Lacombe – Doutora em Direito. Pós-doutorado pela Fordham Law School University (Estados Unidos). Professora de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Dr. Daniel Sarmento – Advogado. Ex-Procurador da República. Professor Titular de Direito Constitucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
 
MEDIADOR(A)
Dr. Otto Rodrigo Melo Cruz – Advogado. Professor e Coordenador de assuntos acadêmicos do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.
 
16h30 - Mesa Redonda: Reforma Trabalhista
 
PARTICIPANTE
Ministra Delaíde Arantes – Ministra do Tribunal Superior do Trabalho. Membro da Comissão de Jurisprudência e de Precedentes Normativos e Vice-coordenadora do Comitê Gestor Nacional do Programa Trabalho Seguro. Sócia-honorária do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB.
Dr. Cezar Britto – Advogado. Ex-Presidente do Conselho Federal da OAB (Triênio 2007-2010). Conselheiro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – CDES.
Dr. Renato Saraiva – Procurador do Trabalho (MPT-PE). Professor de Direito do Trabalho e fundador do Complexo Educacional Renato Saraiva.
 
MEDIADOR(A)
Dra. Rita Cortez – Advogada. Vice-Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB. Presidente da Comissão de Direito Sindical da OAB/RJ.
 
18h30 - Lançamentos de livros

 Fonte:http://www.jornaldaparaiba.com.br/vida_urbana/noticia/188221_congresso-nacional-do-iab-inicia-ciclo-de-palestras-nesta-sexta

Por Matheus Teixeira

O distritão proposto pelo Congresso Nacional é inconstitucional mesmo que seja aprovado por meio de emenda constitucional. O parecer jurídico é do ministro da Justiça, Torquato Jardim, que já ocupou a vaga de ministro do Tribunal Superior Eleitoral reservada à classe dos advogados.

 “A Constituição estabelece que o sistema de representação no Brasil é proporcional. Isso serve para que as minorias tenham voz, para o processo político acolher as minorias, o que é sinal de tolerância e paz social”, argumentou.

A declaração foi dada em uma mesa no Congresso Nacional do Instituto dos Advogados do Brasil que também contou com a participação dos ex-ministros do TSE Luciano Lóssio e Marcelo Ribeiro e do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e ex-senador Bernardo Cabral. O debate foi mediada pelo presidente da Caixa de Assistência dos Advogados da Paraíba, Carlos Fábio Ismael.   

Jardim também defendeu a volta do financiamento de campanha por empresas, assunto que deveria ser mais debatido pela sociedade: “Quem é que mais poupa no Brasil, quem mais investe, quem paga imposto. Por que, então, as empresas não podem doar? O que é mais eficaz, controlar ou proibir? Proibir é convidar para a informalidade. Não sei se foi um momento feliz do Supremo quando julgou essas doações de pessoas jurídicas inconstitucionais”.  

O ministro afirmou que não se pode ter medo de encarar esse assunto. A democracia, disse, é um sistema caro, mas não há outro melhor. Sobre a crise política, ele alertou sobre os riscos que o discurso de ódio pode representar. “Condenar toda classe política é suicídio, é condenar a democracia”, comentou.

Torquato Jardim defendeu a volta do financiamento de campanha por empresas.
Emiliano Hagge

Torquato Jardim fez ainda duras críticas à proposta de criação de um fundo eleitoral. “Eu tremo quando ouço falar no fundão. Tenho orçamento curtíssimo no ministério. Falta dinheiro para tudo”, disse. A proibição do financiamento privado, disse, favorece ao crime organizado. “Tem caixa livre para comprar voto” afirmou.

O alto número de partidos no Brasil não assusta o ministro nem é um problema para ele. Na redemocratização da Espanha, disse, o país tinha 200 partidos. Para Jardim, proibir a coligação proporcional não resolverá os problemas. Caso essa regra tivesse em vigência no último pleito, apontou, mudaria apenas 8% da composição da Câmara dos Deputados.

Ele defendeu o parlamentarismo, mas afirmou que é um sistema que tem de ser pensado sem pressa, pois é muito complexo. “Os ingleses levaram 180 anos para implementar o parlamentarismo. A França está fazendo isso desde 1958. Precisa ser construído com cuidado, com reflexão, até porque pressupõe compromisso de estabilidade e sinceridade”, comentou.

Marcelo Ribeiro, ex-ministro do TSE, questionou o local adequado para se mudar as leis eleitorais. Segundo ele, diante da inação do Congresso, a Justiça, de maneira equivocada, tomou iniciativa e fez a reforma política.

O ativismo judicial, disse, é resultado de um declínio de lideranças políticas no Brasil,. “Décadas atrás, uma série de grandes quadros políticos provocavam o debate, e o Judiciário se continha”, lembrou. Com a degradação da maioria dos atores políticos, o Supremo Tribunal Federal avançou e aumentou seu poder, opinou. O segundo fator preponderante para o ativismo judicial ter ganhado força nos últimos anos, acredita, é que a Constituição Federal de 1988 ampliou os poderes do Supremo Tribunal Federal.

Um exemplo de intromissão do Judiciário nas competências do Legislativo, segundo ele, foi a questão da fidelidade partidária, quando o TSE definiu as regras que punem com perda de mandato os candidatos que trocam de partido depois de eleitos. “Eu estava no TSE na época e fui o único voto contrário à possibilidade de o tribunal legislar sobre essa questão”, frisou.  

Ele também fez uma autocrítica sobre resoluções editadas pelo TSE em relação à fidelidade partidária. “Não posso me eximir. Eu estava lá e fui a favor”, disse, em relação à exceção aberta que permitiu aos agentes públicos a troca de partido quando é criada uma nova sigla. “Num país que tem 36 legendas, o TSE não poderia colocar essa janela para escapar da fidelidade”, criticou.

Na visão do ex-ministro, essa é uma das consequências negativas do ativismo judicial. “Além de não ser da sua alçada, o Judiciário não tem competência técnica para legislar, por isso acaba dando errado. O Congresso Nacional tem comissões, assessores técnicos qualificados, uma consultoria jurídica de alto nível, faz audiências públicas para aprofundar os temas. Quando a coisa é séria, lei leva dois anos para ser feita”, analisou.

Outro exemplo usado por ele é a proibição de outdoors nas campanhas políticas. O TSE proibiu esse tipo de propaganda, e passou a permitir apenas placas. Mas o tribunal teve de definir qual tamanho da estrutura da propagando eleitoral é permitida. Na época, ele divergiu do voto do relator, o ministro Ayres Britto, e acabou saindo vencedor. “Ele sugeriu o limite de 2 metros. Eu achei pequeno e sugeri 4 metros e ele concordou. Legislamos de novo. E aí depois o Congresso regulamentou essa questão e manteve os 4 metros.  Mas por que esse tamanho exato? Começaram a dizer que tinha um estudo, que essa medida permitia uma visualização correta. Que nada. Não teve estudo nenhum. Eu falei aqui, e ele aceitou. Daqui a pouco vai ter a teoria dos 4 metros. Não é da competência nem técnica do tribunal fazer esse tipo de intervenção”, criticou.

Mas ele também criticou o Legislativo. Quem estuda o Direito Eleitoral, disse, sabe que a Lei da Ficha Limpa, festejada pela maioria, tem vários exageros. 

Outro tema em que o STF invadiu as competências parlamentares, disse, foi em relação à proibição do financiamento privado de campanha. “Não consegui encontrar até hoje, na Constituição, onde está prevista a vedação do financiamento de pessoas jurídicas.” Quando se passa a julgar com base em princípios, a Justiça escolhe o que quiser: “Princípio da moralidade depende do ponto de vista. Democracia, moralidade, isso a gente vê até em discurso nazista. É a maior tolice acreditar que interpretação do princípio sozinho pode levar a uma normatização verdadeira. É muito subjetivo, cada um pode dizer uma coisa”.

Bernardo Cabral, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, ex-deputado federal e ex-senador, foi parlamentar na época do regime militar e teve o mandato cassado. Ele fez duras críticas à classe política que predomina no atual cenário. Por isso, é cético em relação à Reforma Política em curso no Congresso Nacional. Segundo ele, o Brasil não irá superar a crise com uma reforma política caso os ingredientes dela não sejam verdadeiros. “Quem parte da premissa falsa, acaba chegando a conclusão também falsa. O que quero dizer com isso, é que, salvo honrosas exceções, os políticos brasileiros hoje estão muito mais voltados à ambição pessoal do que ao interesse da coletividade”. 

Ele defendeu que o Brasil implante o modelo distrital misto e o recall, quando o agente é submetido à avaliação popular no meio do mandato, sob risco de perdê-lo. “Divide-se o estado em vários distritos e o mais votado daquele distrito é eleito, mas pode sofrer recall. Ele está mais ligado diretamente ao povo e o povo do distrito sabe se ele produziu ou não, se ele prestou contas ou não. E poderá perder o mandato”.

Ex-ministra Luciana Lóssio defendeu sistema proporcional adotado pelo Brasil.

O que é preciso, disse a ex-ministra do TSE Luciana Lóssio, não é impor uma reforma política correndo contra o relógio, porque não pode-se acreditar que uma mudança estrutural como essa será discutida a toque de caixa. “O sistema proporcional não é ruim como muitos pregam. Temos que deixar esse complexo de achar que no Brasil nossas regras sempre são as piores, que o jardim do outro é sempre mais verde que o nosso. O sistema proporcional é bom, tanto que é o mais adotado no mundo inteiro”, defendeu.

Alguns ajustes, no entanto, se fazem necessários, disse. Para ela, o fim das coligações seria um passo importante. Luciana acredita que o fato de votar numa pessoa sem sabem quem vai ser eleito, como no caso do deputado federal Tiririca, que fez muitos votos e acabou proporcionando vagas para candidatos com baixa votação, é o que causa maior perplexidade na população. A cláusula de desempenho seria outro ponto que solucionaria boa parte dos problemas atuais, apontou. E criticou o "distritão": “É um sistema adotado em apenas quatro países do mundo. Eu não quero que o Brasil seja cobaia de um modelo pouco avaliado pelo direito comparado”. Se o modelo não tem simpatia mundo afora, não será no Brasil que irá resolver os problemas, avaliou.

Luciana Lóssio também fez uma defesa enfática da maior participação feminina na política, e citou dados que apontam que o Brasil é o país com o menor número de mulheres em mandatos públicos entre todas nações vizinhas. Nos países com maior índice de desenvolvimento humano, disse, a representação feminina é maior, pois têm a compreensão plena de que as mulheres são tão competentes quanto os homens.

Ela também demonstrou simpatia me relação ao sistema distrital misto, pois aproxima o político da população.

*Texto editado às 13h35 do dia 4 de setembro para correção de informações


 é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 3 de setembro de 2017, 10h57


Fonte: http://www.conjur.com.br/2017-set-03/ministro-justica-distritao-eleitoral-inconstitucional

 

REFORMA POLÍTICA; Para ministro da Justiça, distritão é inconstitucional, mesmo se criado por PEC

0409/2017 – O distritão proposto pelo Congresso Nacional é inconstitucional mesmo que seja aprovado por meio de emenda constitucional. O parecer jurídico é do ministro da Justiça, Torquato Jardim, que já ocupou a vaga de ministro do Tribunal Superior Eleitoral reservada à classe dos advogados.

“A Constituição estabelece que o sistema de representação no Brasil é proporcional. Isso serve para que as minorias tenham voz, para o processo político acolher as minorias, o que é sinal de tolerância e paz social”, argumentou.

A declaração foi dada em uma mesa no Congresso Nacional do Instituto dos Advogados do Brasil que também contou com a participação dos ex-ministros do TSE Luciano Lóssio e Marcelo Ribeiro e do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e ex-senador Bernardo Cabral. O debate foi mediada pelo presidente da Caixa de Assistência dos Advogados da Paraíba, Carlos Fábio Ismael.

Jardim também defendeu a volta do financiamento de campanha por empresas, assunto que deveria ser mais debatido pela sociedade: “Quem é que mais poupa no Brasil, quem mais investe, quem paga imposto. Por que, então, as empresas não podem doar? O que é mais eficaz, controlar ou proibir? Proibir é convidar para a informalidade. Não sei se foi um momento feliz do Supremo quando julgou essas doações de pessoas jurídicas inconstitucionais”.

O ministro afirmou que não se pode ter medo de encarar esse assunto. A democracia, disse, é um sistema caro, mas não há outro melhor. Sobre a crise política, ele alertou sobre os riscos que o discurso de ódio pode representar. “Condenar toda classe política é suicídio, é condenar a democracia”, comentou.

Torquato Jardim defendeu a volta do financiamento de campanha por empresas.
Emiliano Hagge
Torquato Jardim fez ainda duras críticas à proposta de criação de um fundo eleitoral. “Eu tremo quando ouço falar no fundão. Tenho orçamento curtíssimo no ministério. Falta dinheiro para tudo”, disse. A proibição do financiamento privado, disse, favorece ao crime organizado. “Tem caixa livre para comprar voto” afirmou.

O alto número de partidos no Brasil não assusta o ministro nem é um problema para ele. Na redemocratização da Espanha, disse, o país tinha 200 partidos. Para Jardim, proibir a coligação proporcional não resolverá os problemas. Caso essa regra tivesse em vigência no último pleito, apontou, mudaria apenas 8% da composição da Câmara dos Deputados.

Ele defendeu o parlamentarismo, mas afirmou que é um sistema que tem de ser pensado sem pressa, pois é muito complexo. “Os ingleses levaram 180 anos para implementar o parlamentarismo. A França está fazendo isso desde 1958. Precisa ser construído com cuidado, com reflexão, até porque pressupõe compromisso de estabilidade e sinceridade”, comentou.

Marcelo Ribeiro, ex-ministro do TSE, questionou o local adequado para se mudar as leis eleitorais. Segundo ele, diante da inação do Congresso, a Justiça, de maneira equivocada, tomou iniciativa e fez a reforma política.

O ativismo judicial, disse, é resultado de um declínio de lideranças políticas no Brasil,. “Décadas atrás, uma série de grandes quadros políticos provocavam o debate, e o Judiciário se continha”, lembrou. Com a degradação da maioria dos atores políticos, o Supremo Tribunal Federal avançou e aumentou seu poder, opinou. O segundo fator preponderante para o ativismo judicial ter ganhado força nos últimos anos, acredita, é que a Constituição Federal de 1988 ampliou os poderes do Supremo Tribunal Federal.

Um exemplo de intromissão do Judiciário nas competências do Legislativo, segundo ele, foi a questão da fidelidade partidária, quando o TSE definiu as regras que punem com perda de mandato os candidatos que trocam de partido depois de eleitos. “Eu estava no TSE na época e fui o único voto contrário à possibilidade de o tribunal legislar sobre essa questão”, frisou.

Ele também fez uma autocrítica sobre resoluções editadas pelo TSE em relação à fidelidade partidária. “Não posso me eximir. Eu estava lá e fui a favor”, disse, em relação à exceção aberta que permitiu aos agentes públicos a troca de partido quando é criada uma nova sigla. “Num país que tem 36 legendas, o TSE não poderia colocar essa janela para escapar da fidelidade”, criticou.

Na visão do ex-ministro, essa é uma das consequências negativas do ativismo judicial. “Além de não ser da sua alçada, o Judiciário não tem competência técnica para legislar, por isso acaba dando errado. O Congresso Nacional tem comissões, assessores técnicos qualificados, uma consultoria jurídica de alto nível, faz audiências públicas para aprofundar os temas. Quando a coisa é séria, lei leva dois anos para ser feita”, analisou.

Outro exemplo usado por ele é a proibição de outdoors nas campanhas políticas. O TSE proibiu esse tipo de propaganda, e passou a permitir apenas placas. Mas o tribunal teve de definir qual tamanho da estrutura da propagando eleitoral é permitida. Na época, ele divergiu do voto do relator, o ministro Ayres Britto, e acabou saindo vencedor. “Ele sugeriu o limite de 2 metros. Eu achei pequeno e sugeri 4 metros e ele concordou. Legislamos de novo. E aí depois o Congresso regulamentou essa questão e manteve os 4 metros. Mas por que esse tamanho exato? Começaram a dizer que tinha um estudo, que essa medida permitia uma visualização correta. Que nada. Não teve estudo nenhum. Eu falei aqui, e ele aceitou. Daqui a pouco vai ter a teoria dos 4 metros. Não é da competência nem técnica do tribunal fazer esse tipo de intervenção”, criticou.

Mas ele também criticou o Legislativo. Quem estuda o Direito Eleitoral, disse, sabe que a Lei da Ficha Limpa, festejada pela maioria, tem vários exageros.

Outro tema em que o STF invadiu as competências parlamentares, disse, foi em relação à proibição do financiamento privado de campanha. “Não consegui encontrar até hoje, na Constituição, onde está prevista a vedação do financiamento de pessoas jurídicas.” Quando se passa a julgar com base em princípios, a Justiça escolhe o que quiser: “Princípio da moralidade depende do ponto de vista. Democracia, moralidade, isso a gente vê até em discurso nazista. É a maior tolice acreditar que interpretação do princípio sozinho pode levar a uma normatização verdadeira. É muito subjetivo, cada um pode dizer uma coisa”.

Bernardo Cabral, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, ex-deputado federal e ex-senador, foi parlamentar na época do regime militar e teve o mandato cassado. Ele fez duras críticas à classe política que predomina no atual cenário. Por isso, é cético em relação à Reforma Política em curso no Congresso Nacional. Segundo ele, o Brasil não irá superar a crise com uma reforma política caso os ingredientes dela não sejam verdadeiros. “Quem parte da premissa falsa, acaba chegando a conclusão também falsa. O que quero dizer com isso, é que, salvo honrosas exceções, os políticos brasileiros hoje estão muito mais voltados à ambição pessoal do que ao interesse da coletividade”.

Ele defendeu que o Brasil implante o modelo distrital misto e o recall, quando o agente é submetido à avaliação popular no meio do mandato, sob risco de perdê-lo. “Divide-se o estado em vários distritos e o mais votado daquele distrito é eleito, mas pode sofrer recall. Ele está mais ligado diretamente ao povo e o povo do distrito sabe se ele produziu ou não, se ele prestou contas ou não. E poderá perder o mandato”.

Ex-ministra Luciana Lóssio defendeu sistema proporcional adotado pelo Brasil.
O que é preciso, disse a ex-ministra do TSE Luciana Lóssio, não é impor uma reforma política correndo contra o relógio, porque não pode-se acreditar que uma mudança estrutural como essa será discutida a toque de caixa. “O sistema proporcional não é ruim como muitos pregam. Temos que deixar esse complexo de achar que no Brasil nossas regras sempre são as piores, que o jardim do outro é sempre mais verde que o nosso. O sistema proporcional é bom, tanto que é o mais adotado no mundo inteiro”, defendeu.

Alguns ajustes, no entanto, se fazem necessários, disse. Para ela, o fim das coligações seria um passo importante. Luciana acredita que o fato de votar numa pessoa sem sabem quem vai ser eleito, como no caso do deputado federal Tiririca, que fez muitos votos e acabou proporcionando vagas para candidatos com baixa votação, é o que causa maior perplexidade na população. A cláusula de desempenho seria outro ponto que solucionaria boa parte dos problemas atuais, apontou. E criticou o “distritão”: “É um sistema adotado em apenas quatro países do mundo. Eu não quero que o Brasil seja cobaia de um modelo pouco avaliado pelo direito comparado”. Se o modelo não tem simpatia mundo afora, não será no Brasil que irá resolver os problemas, avaliou.

Luciana Lóssio também fez uma defesa enfática da maior participação feminina na política, e citou dados que apontam que o Brasil é o país com o menor número de mulheres em mandatos públicos entre todas nações vizinhas. Nos países com maior índice de desenvolvimento humano, disse, a representação feminina é maior, pois têm a compreensão plena de que as mulheres são tão competentes quanto os homens.

Ela também demonstrou simpatia me relação ao sistema distrital misto, pois aproxima o político da população.

Por; Matheus Teixeira – Conjur


Fonte: http://jornaladvogado.com.br/reforma-politica-para-ministro-da-justica-distritao-e-inconstitucional-mesmo-se-criado-por-pec/




Dias Toffoli: ‘Judicialização da política é decorrente da crise de representação’

06/09/2017 – No encerramento do Congresso Nacional do IAB – 174 anos, no sábado (2/9), em João Pessoa (PB), o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, em sua palestra sobre Democracia e judicialização da política no Brasil, fez um histórico sobre o surgimento do Judiciário como poder moderador e disse que a judicialização da política é uma tendência mundial. “Surgem reclamações a respeito de um certo ativismo e da ingerência do Poder Judiciário nas questões dos outros poderes, mas isso é decorrente da crise de representação”, afirmou.

 

O ministro, que será o próximo presidente do STF dentro de um ano, disse que, durante a ditadura militar, de 1964 a 1985, o Poder Judiciário foi “mantido na estufa”, arbitrando conflitos individuais. “O poder moderador foi exercido pelos militares, numa usurpação do papel do Judiciário”, criticou. O ministro acrescentou que, com o fim da ditadura, “criaram-se novos mecanismos de acesso à Justiça e as demandas que estavam adormecidas desaguaram no Judiciário”.

 

Ele lembrou que, hoje, o Supremo julga reclamações de uma variedade enorme de temas, como, por exemplo: questão quilombola; conflitos federativos; importação de pneus usados; interrupção de gravidez de feto anencéfalo; união civil de casais do mesmo sexo; demarcação de terras indígenas; direito de greve dos servidores públicos; cotas raciais; fidelidade partidária, cláusula de barreira e até o impeachment da presidente da República.

 

“Uma Suprema Corte é como uma Constituinte permanente, sempre reelaborando a Constituição”, resumiu Dias Toffoli. O ministro defendeu mais transparência aos atos do Judiciário e a transmissão das sessões do STF pela TV Justiça em tempo real.

 

Por; Fernanda Pedrosa

Fonte: http://jornaladvogado.com.br/dias-toffoli-judicializacao-da-politica-e-decorrente-da-crise-de-representacao/




Dias Toffoli: ‘Judicialização da política é decorrente da crise de representação’

06/09/2017 – No encerramento do Congresso Nacional do IAB – 174 anos, no sábado (2/9), em João Pessoa (PB), o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, em sua palestra sobre Democracia e judicialização da política no Brasil, fez um histórico sobre o surgimento do Judiciário como poder moderador e disse que a judicialização da política é uma tendência mundial. “Surgem reclamações a respeito de um certo ativismo e da ingerência do Poder Judiciário nas questões dos outros poderes, mas isso é decorrente da crise de representação”, afirmou.

 

O ministro, que será o próximo presidente do STF dentro de um ano, disse que, durante a ditadura militar, de 1964 a 1985, o Poder Judiciário foi “mantido na estufa”, arbitrando conflitos individuais. “O poder moderador foi exercido pelos militares, numa usurpação do papel do Judiciário”, criticou. O ministro acrescentou que, com o fim da ditadura, “criaram-se novos mecanismos de acesso à Justiça e as demandas que estavam adormecidas desaguaram no Judiciário”.

 

Ele lembrou que, hoje, o Supremo julga reclamações de uma variedade enorme de temas, como, por exemplo: questão quilombola; conflitos federativos; importação de pneus usados; interrupção de gravidez de feto anencéfalo; união civil de casais do mesmo sexo; demarcação de terras indígenas; direito de greve dos servidores públicos; cotas raciais; fidelidade partidária, cláusula de barreira e até o impeachment da presidente da República.

 

“Uma Suprema Corte é como uma Constituinte permanente, sempre reelaborando a Constituição”, resumiu Dias Toffoli. O ministro defendeu mais transparência aos atos do Judiciário e a transmissão das sessões do STF pela TV Justiça em tempo real.

 

Por; Fernanda Pedrosa

Fonte: http://jornaladvogado.com.br/dias-toffoli-judicializacao-da-politica-e-decorrente-da-crise-de-representacao/

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