Palacete Belvedere, localizado em Curitiba, sede do Observatório da Cultura Paranaense
O OCP também atua como órgão consultivo da Academia Paranaense de Letras, além de propor estudos, projetos e ações que preservem, valorizem e divulguem a cultura paranaense. Segundo Pinheiro Machado, o ingresso no Observatório também solidifica o prestígio do Instituto no Estado do Paraná, dando voz ativa à Casa de Montezuma perante os representantes da cultura paranaense como um todo. “Isso ratifica a importância fundamental das nossas instituições históricas, como também o IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro) e a ABL (Academia Brasileira de Letras), que são incontornáveis na preservação e no desenvolvimento futuro da cultura brasileira em toda a sua ampla variedade regional e local”, disse o advogado.
A reunião de admissão do IAB teve a participação de membros da mesa diretora da OCP: o presidente, Joatan Marcos de Carvalho, a 1º vice-presidente, Andréa Motta Paredes, e o 2º vice-presidente, Ernani Buchmann, além de representantes de instituições do Paraná, como os presidentes da Academia Paranaense de Letras Jurídicas, Vladimir Passos de Freitas, da Associação das Academias de Letras, Ciências e Artes do Paraná, Herculano Batista Neto, da Academia Paranaense de Engenharia, Horácio Guimarães, do Centro de Letras do Paraná, Ney Fernando Perracini de Azevedo, do Centro Paranaense Feminino de Cultura, Elieder Corrêa da Silva, da Academia de Letras José de Alencar, Anita Zippin, da Academia de Artes, Ciências e Letras Grande Oriente do Brasil – Paraná, Luiz Rodrigo Carstens, entre outras autoridades.
Paulo Fernando Pinheiro Machado
No encontro, os convidados também puderam conferir a palestra de Paulo Fernando Pinheiro Machado sobre O Visconde do Uruguai e o nascimento da política externa brasileira no Império, que tratou da importância de Paulino José Soares de Souza (1807-1866) para a diplomacia do País. O visconde foi uma das personalidades mais relevantes do Império e, além de ter sido responsável por pastas ministeriais, ocupou as funções de desembargador, presidente de província e compôs o parlamento da região.
De acordo com Pinheiro Machado, Paulino foi o primeiro diplomata brasileiro a fazer com que o País se voltasse à política externa: “No momento em que ele assumiu a chancelaria, o Brasil estava em risco de fragmentação e era preciso uma ação externa e estruturada. Ele elencou as prioridades da diplomacia do Novo Império brasileiro e, em primeiro lugar, estava a manutenção da integridade territorial”.
O palestrante explicou ainda que o Visconde do Uruguai alterou o foco da ação diplomática brasileira, que estava centrada em Londres. “Ele tirou esse eixo especial da Europa e colocou na América do Sul, no Prata. A ação dele foi voltada para o nosso entorno regional”, explicou. Segundo o advogado, é possível ver os reflexos da notoriedade de Paulino até os dias de hoje, como, por exemplo, na constituição do Mercosul na década de 1990.