De acordo com a presidente do IAB, “o advogado precisa ter a capacidade de compreender o desenrolar dos fatos importantes que acontecem no País, para, com isso, analisar como eles afetam a vida dos seus clientes”. Rita Cortez contou sobre a sua atuação no movimento estudantil na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). “Reabrimos o centro acadêmico num período difícil, durante o regime militar”, relembrou. Após o estágio e o primeiro emprego com Celso Soares, a jovem advogada abriu o seu próprio escritório, tendo como sócios alguns colegas que também davam os seus primeiros passos no escritório do trabalhista. “Desde então, a AJS Advogados sempre teve uma forte atuação no âmbito do Direito do Trabalho, com também na área sindical”, disse.
A advogada relembrou as interferências autoritárias nos sindicatos naquele período final da ditadura militar. “O movimento sindical sofreu uma forte intervenção, com presidentes de sindicatos sendo nomeados e empossados pelo regime ditatorial”, afirmou. Em seguida, falou sobre as mudanças pelas quais passou a advocacia. “Naquela época, havia a chamada clínica geral na profissão, em que os advogados atuavam em vários ramos do Direito, enquanto hoje há um fortalecimento da especialização, com o surgimento de segmentos, como compliance e o Direito da Moda”, explicou.
Sobre os conflitos enfrentados, nas últimas décadas, pelo Direito do Trabalho, Rita Cortez disse: “A Justiça do Trabalho vem sendo ameaçada de extinção desde a reforma do Judiciário e, mais ainda, com a reforma trabalhista, o que fez com que muitos colegas trabalhistas passassem a atuar na área do Direito Previdenciário, em maior número, mas também na área de Família e Sucessões”.
A advogada também relatou ter sido diretora do Sindicato dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro (Saerj) e presidente da Associação Carioca dos Advogados Trabalhistas (Acat), antes de se tornar a segunda mulher a presidir o IAB e a primeira a ser reeleita. Os outros conselhos dados por Rita Cortez aos jovens advogados, atendendo a pedido de Luiz Felipe Tostes, foram “dedicação ao estudo, para poder compreender o Direito e reunir condições de estabelecer estratégias, e ser ético com os colegas e os clientes”.
O jovem advogado pediu, por fim, que a advogada trabalhista destacasse uma grande satisfação profissional. “Sinto uma enorme alegria por minha filha Joana ser advogada”, afirmou.
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!