"A luta das mulheres advogadas se confunde com a luta de toda a advocacia por valorização e respeito", afirmou a 2ª vice-presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Rita Cortez, após ser condecorada com a medalha Myrthes Campos, nesta terça-feira (8/3), na solenidade em homenagem ao Dia Internacional da Mulher organizada pela OAB-Mulher da Seccional RJ. A advogada Myrthes Campos foi a primeira mulher a exercer a profissão no País, a partir de 1906. Segundo Rita Cortez, "o lugar da mulher é onde ela quiser". A secretária-adjunta da OAB/RJ, Ana Amelia Menna Barreto, também foi agraciada com a comenda. Elas foram homenageadas por representarem a luta da mulher advogada e contribuírem para o fortalecimento da advocacia no Brasil.
A solenidade incluiu, ainda, a entrega da carteira da Ordem a 40 novas advogadas. Até o final de 2016, mais da metade do quadro de advogados do Rio de Janeiro será formada por mulheres. Mas poucas chegam a sócias de escritórios. Para conscientizar os homens a respeito do tema, a OAB/RJ assumiu oficialmente o compromisso pela igualdade de gênero, aderindo à campanha ElesPorElas, iniciativa da ONU Mulheres que convoca os homens a lutar contra o machismo.
Em seu pronunciamento na cerimônia, o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, destacou a importância de se falar sobre o assunto: "Precisamos discutir a situação da mulher advogada na profissão, pois temos uma única presidente de seccional, em Alagoas, e oito mulheres à frente de subseções no Rio. Admitimos que é pouco. Além disso, a cota de 30% para as chapas de conselhos seccionais ainda é extremamente necessária".
A presidente da Comissão OAB Mulher, Daniela Gusmão, afirmou que a escolha do Dia Internacional da Mulher para o evento não foi aleatória. "Não podemos esquecer que 8 de março é uma data de reflexão. Em 1857, nesse dia, 129 mulheres morreram em Nova Iorque vítimas de um incêndio criminoso porque estavam lutando por melhores condições de trabalho", lembrou a advogada.