OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!
Quarta, 10 Junho 2020 17:33
Márcia Tiburi diz que a redescoberta da solidariedade está salvando o País da destruição
A filósofa Márcia Tiburi participou de uma live no Instagram do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), nesta quarta-feira (10/6), e afirmou: “O Brasil não foi destruído até agora, porque tem redescoberto a solidariedade”. A conversa em torno do tema ‘Diálogo entre os feminismos e o capacitismo’ foi conduzida pela presidente da Comissão da Mulher do IAB, Deborah Prates. “A democracia tem que respeitar a vontade da maioria, formada pelos excluídos, entre os quais mulheres, negros e pessoas com deficiência, que sao oprimidos por uma minoria e precisam se unir”, defendeu Deborah Prates.
Márcia Tiburi revelou que tem uma filha com deficiência auditiva. “Ela me ensinou que, para cada um, a deficiência é muito particular, assim como a forma de lidar com ela diante da ideologia do normal, que é absolutamente questionável”, disse a filósofa. Ela criticou o capacitismo, que consiste no preconceito e na discriminação a pessoas com deficiência. “O capacitismo é uma das linhas mais fundamentais das ações de extermínio, como se viu no nazismo, que matou muitas pessoas com deficiências”, afirmou.
Deborah Prates também comentou sobre o preconceito e a discriminação. “A bengala, a cadeira de rodas e as muletas são verdadeiros estigmas para as pessoas com deficiência”, citou a advogada. Ela criticou, ainda, o tratamento dispensado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aos advogados com deficiência, que enfrentaram um forte obstáculo para exercer a profissão com a implementação, em 2013, do Processo Judicial Eletrônico (PJe). “Nós, advogados com deficiência visual, acabamos, praticamente, banidos da profissão”, disse. De acordo com Márcia Tiburi, “no capitalismo, o sistema político, ideológico, econômico e religioso é capacitista”.
Ao tratar da questão da inacessibilidade, Deborah Prates criticou ainda o Instagram. Segundo ela, a rede social tem “excluído os surdos e os cegos” do acesso às postagens. A advogada, que utiliza o perfil @prates.deborah, anunciou que começará a usar a #democraciaigualacessibilidade para direcionar os seus seguidores para publicações sobre os temas relacionados à questão.