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Terça, 24 Outubro 2023 13:59

Com diagnóstico da realidade brasileira, livro lançado no IAB convida leitor para ajudar a mudar o País

Da esq. para a dir., Álvaro Reinaldo de Souza, André Fontes, Marcia Dinis, Adriana Brasil Guimarães, Reis Friede e Rita Cortez Da esq. para a dir., Álvaro Reinaldo de Souza, André Fontes, Marcia Dinis, Adriana Brasil Guimarães, Reis Friede e Rita Cortez

Autor do livro O Estado cruel, lançado no Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) nesta segunda-feira (23/10), o desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) Reis Friede explicou que a obra é um convite para que todos pensem o Brasil e se unam na luta pelos avanços sociais. Na publicação, o magistrado aborda temas como corrupção, insegurança jurídica, social e econômica, violência, precariedade do sistema prisional e burocracia estatal. “O livro é uma radiografia do Brasil. Não é uma crítica, como algumas pessoas possam imaginar, mas um desafio para construirmos um País melhor”, disse Friede.

Segundo o autor, a obra não foi pensada para mostrar as mazelas brasileiras gratuitamente, mas sim para sugerir que haja um movimento que garanta um País menos desigual para o povo que o habita. “Nós estamos aqui para buscar resolver os problemas do Brasil. Eu escrevi esse livro exatamente com a intenção de dizer que vale a pena lutar por esse País”. É um lugar maravilhoso, pacífico e com um povo esplêndido”, afirmou o desembargador. Dividido em onze capítulos, O Estado cruel debate problemas que Friede identifica como os maiores obstáculos para a realização democrática no País, como a falência da segurança pública, as violações aos direitos humanos, o caráter medieval do sistema prisional, a morosidade do acesso à Justiça, entre outros. 

Na abertura do evento, a 2ª vice-presidente do IAB, Adriana Brasil Guimarães, destacou que a obra é o 41º livro publicado por Reis Friede. “Ele enfrenta temas espinhosos e questões extremamente polêmicas e de inegável importância, não só para o nosso País, mas para o mundo todo”, elogiou a advogada. No lançamento também estiveram presentes a ex-presidente do IAB e presidente da Academia Carioca de Direito, Rita Cortez, o desembargador do TRF-2 André Fontes, o professor titular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Álvaro Reinaldo de Souza e a diretora de Biblioteca do IAB, Marcia Dinis. 

Rita Cortez, que escreveu o prefácio da obra, ressaltou que o discurso promovido por Friede incentiva a colaboração coletiva em prol da reconstrução do Brasil sob todos os pontos de vista, principalmente na melhoria de políticas públicas. “O Estado Democrático de Direito tem que ser um Estado de felicidade para todos nós. E felicidade é ter acesso à educação, à habitação, poder comer e valorizar os direitos humanos e o meio ambiente”, disse. A advogada também destacou que, para atingir o bem-estar social, é preciso que as instituições que administram o Estado estejam fortes. 

À frente do projeto Saindo do Prelo, responsável pelo lançamento de obras jurídicas no IAB, Marcia Dinis definiu O Estado cruel como um diagnóstico duro, mas honesto, da realidade brasileira. Ela também lembrou que o Instituto é um espaço permanente de discussão para o enfrentamento de práticas antidemocráticas, temática central do livro lançado. “Nesse 41º livro publicado, o desembargador reafirma o seu compromisso com a edificação de um Estado mais justo e eficiente, capaz de prover, de forma igualitária, a dignidade humana referenciada em nossa Constituição da República e até hoje, infelizmente, não garantida para grande parte da população brasileira”, disse Dinis. 

Uma importante contribuição do livro, segundo André Fontes, é a demonstração da importância de se questionar o Estado. O desembargador afirmou que os questionamentos legítimos são uma forma de pensar o Brasil para as próximas gerações: “A melhor maneira de resolvermos a nossa própria condição é procurar dialogar, buscar informações, trocar ideias e perguntar. A vantagem do livro do professor Friede é exatamente essa: os pontos cruciais para a nossa realidade estão mencionados”, completou. Já Álvaro Reinaldo de Souza destacou que a obra tem como escopo o desejo de busca por um Direito que tenha como prioridade a dignidade humana. “Essa dignidade, se não se faz presente, torna inexistentes os direitos humanos, transformando o que conhecemos por civilização e barbárie”, sublinhou o professor. 

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