Na abertura do evento, a presidente do IAB, Rita Cortez, que integrou a mesa de honra, afirmou: “É importante, claro, como muitos órgãos têm feito, levantar o tema dos 30 anos da Constituição de 1988, mas também é fundamental lembrar, sobretudo na nossa realidade atual, que estamos celebrando os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pois nunca os direitos humanos foram tão desrespeitados neste País”. A advogada elogiou a iniciativa do TRF2 de promover, em parceria com a OAB/RJ, o seminário Quilombolas. “O tribunal tem se destacado pela realização de eventos de qualidade, com conteúdos técnicos e temáticos relevantes e alinhados com o momento atual”, disse Rita Cortez.
O presidente do TRF2 destacou a importância da atuação de ONGs, escritores, músicos, pesquisadores, trabalhadores urbanos e camponeses que, ao longo da história brasileira, militaram pela causa da igualdade racial. “As vitórias pertencem a vocês. Nunca foram concessões, mas sim conquistas”, ressaltou André Fontes, dirigindo-se à plateia formada, em sua maioria, por representantes de entidades de defesa dos direitos quilombolas. Humberto Adami lembrou que, das quase cinco mil áreas quilombolas no Brasil, pouco mais de duzentas têm titulação do governo. “Quanto tempo mais teremos de esperar pela solução do problema nas outras quatro mil e oitocentas comunidades que hoje estão esquecidas?”, questionou o advogado.
O presidente da Comissão de Direito Agrário e Urbanismo do IAB, Frederico Price Grechi, também participou do seminário, que reuniu autoridades, juristas, pesquisadores das áreas de história e ciências sociais, estudantes e lideranças do movimento negro. Eles discutiram questões relacionadas a terras de comunidades formadas por descendentes de escravizados. Além de palestras e debates, a iniciativa incluiu a exposição Quilombolas: Mãos Negras, no Salão Nobre do Tribunal, além de atividades artísticas e culturais.
Frederico Price Grechi fez palestra no primeiro painel do seminário, coordenado pela secretária da Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB/RJ, Flávia Pinto Ribeiro. Também palestrou a subprocuradora da Procuradoria Geral do Trabalho no Distrito Federal Edelamare Melo subir ao púlpito.
A mesa de honra foi integrada, também, pela presidente da Federação Nacional das Associações Quilombolas (Fenaq), Luzia Rodrigues Osório, e a griô (líder) do Quilombo de Santa Rita do Bracuí, no litoral sul-fluminense, Marilda de Souza.
Da esq. para a dir., Marilda de Souza, Frederico Grechi, Flávia Ribeiro, Edelamare Melo e Humberto Adami
(Com informações da Assessoria de Comunicação Institucional (ACOI) do TRF2)