Na sessão conduzida pelo presidente nacional do IAB, Sydney Sanches, o ministro aposentado também destacou o papel da advocacia na defesa constitucional. Segundo Ayres Britto, a Carta Magna não tolera preconceitos e enfrenta resistência da parcela da população que ainda carrega a herança colonial. “Esse é o nosso desafio! A democracia não vence por nocaute, vence por acúmulo de pontos. E ela veio para ficar”, disse o jurista.
Da esq. para a dir., Jorge Rubem Folena, Rita de Cássia Britto, Nara Ayres Britto, Sydney Sanches, Ayres Britto e Edmée da Conceição Cardoso
Seguindo o caminho associativo do pai, Nara Ayres Britto ingressou no Instituto dos Advogados registrando a importância da preservação da Constituição e da justiça igualitária. “É impossível esquecer do legado deixado pela primeira advogada do Brasil, Esperança Garcia. Uma mulher, mãe, negra e escrava que, em tempos quase impossíveis de se saber ler e escrever, peticionou ao governador do Piauí clamando por dignidade”, disse a advogada em seu discurso de posse. Ela também registrou a felicidade de ter sido indicada por uma mulher, a diretora de Comunicação do IAB, Carmela Grüne, que propôs seu ingresso em parceria com o presidente Sydney Sanches.
Ao receber a nova consócia, o presidente destacou a versatilidade das trajetórias acadêmica e profissional de Nara Ayres Britto. “Acredito que teu percurso de vida, que perpassa estudos que analisam temas da bioética, a equiparação de direitos civis para uniões homoafetivas e casamentos, a proteção da dignidade feminina, o combate à corrupção, a liberdade religiosa, o direito dos animais e, em suma, a defesa da Constituição, é de grande relevância para todos nós. Ao mesmo tempo, tenho a certeza de que as pautas aqui debatidas de forma tão orgânica pelos membros do IAB permitirão avançar ainda mais na discussão de temas tão sensíveis ao interesse público”, disse Sanches, lendo a saudação escrita por Carmela Grüne.
A advogada, que irá compor a Comissão de Direito Constitucional, agradeceu o legado familiar de inspiração pelo senso de justiça e afirmou que está empenhada na busca de relações mais horizontais para homens e mulheres e para os historicamente mais vulneráveis. “Guiada pelos ideais de defesa da Constituição e das instituições democráticas, me comprometo a fazer o meu melhor para contribuir para a Casa de Montezuma”, disse Nara.
Da esq. para a dir., Jorge Rubem Folena, Margarida Pressburger, Fabiana Gonzales, Luís Felippe Klem, Sydney Sanches, Edmée da Conceição Ribeiro Cardoso e Ayres Britto
Na mesma sessão, as comissões de Direito e Políticas Públicas e de Direito Eleitoral ganharam o reforço de Luís Felippe Klem. O advogado foi saudado por suas proponentes, a vice-presidente da Comissão de Defesa da Democracia, das Eleições e da Liberdade de Imprensa, Margarida Pressburger, e a consócia Fabiana Marques de Reis Gonzales. Ao fazer os cumprimentos ao novo membro, Margarida Pressburger afirmou que é um prazer receber no IAB um colega de profissão tão brilhante. “Seja muito bem-vindo à Casa de Montezuma. Não pense que é só um título honorífico, com certeza muito trabalho o espera", afirmou.
O assessor jurídico da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro também teve seu currículo destacado por Fabiana Gonzales. “Ele tem uma vasta experiência tanto em Direito Público quanto em Direito Eleitoral. Tenho certeza que, da mesma forma que o Instituto ganha muito com a presença de Luís Felippe pelo seu vasto currículo e pela militância que ele tem na advocacia, ele também ganha muito ao entrar no IAB”. A advogada concluiu dizendo que ambos compartilharão agora o orgulho de pertencer à Casa de Montezuma.
Em seu primeiro discurso no Instituto dos Advogados, Luís Felippe Klem afirmou que sua trajetória profissional esteve ligada à militância no Direito Eleitoral, em especial para garantir a exigência de vida pregressa ilibada dos indivíduos em exercício de cargos eletivos. “Foi a bandeira que mais me inspirou nos meus 20 anos de advocacia. Era um sonho lindo de prever que os políticos só pudessem ocupar os cargos públicos se tivessem uma vida que não os condenasse previamente”, ressaltou. Ele disse que espera sonhar com a Comissão de Direito Eleitoral novos sonhos de um país melhor.