Após 91 anos da conquista feminina, as mulheres ainda são minoria na escolha para cargos eletivos. Elas ocupam apenas 17,7% da bancada da Câmara dos Deputados e diminuíram a presença no Senado de 12 para 10 representantes, na legislatura iniciada em 2023. No Executivo Federal, o Brasil só teve uma mulher ocupando a presidência, mesmo o grupo feminino sendo 52% dos votantes. Os avanços eleitorais caminharam lentamente desde o início, já que a pauta foi rejeitada em 1891, quando houve proposição de inclusão do voto feminino na Constituição. Mesmo depois da instituição do direito, em 1932, a ação demorou mais 33 anos para se tornar obrigatória, sendo equiparada ao voto masculino apenas em 1965.
O reflexo desse atraso é sentido na participação feminina na política brasileira, que tem sido compensada por meio de políticas públicas. Em 2022, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional 117, que torna obrigatório que no mínimo 30% dos recursos públicos de partidos sejam destinados a campanhas eleitorais de mulheres. A mesma cota é válida para o tempo de propaganda em rádio e televisão. Assim como lembra o presidente do IAB, a conquista do direito eleitoral também indica a necessidade da inclusão nos cargos representativos.