A advogada também criticou a forma como se deu o fim da obrigatoriedade do imposto sindical: “Deveria ter havido um período de transição para o fim da contribuição sindical, já que os sindicatos precisavam de mais tempo para criar as bases necessárias para mostrar aos trabalhadores a importância da manutenção da contribuição”. De acordo com Rita Cortez, a medida teve o objetivo de enfraquecer os sindicatos e, consequentemente, a luta pela manutenção dos direitos trabalhistas. “A gente não pode esquecer que através dos processos de negociação coletiva são gerados direitos específicos de determinadas categorias”, destacou.
Luciene Mourão concordou com a presidente nacional do IAB e acrescentou: “Muitos empregados consideram inútil o pagamento da contribuição, mas se esquecem da importância dos sindicatos para o estabelecimento do piso da categoria e a obtenção de muitos benefícios, como vale-transporte e vale-alimentação”. As advogadas criticaram ainda as restrições ao acesso à Justiça do Trabalho promovidas pela reforma. Segundo Rita Cortez, “até o Supremo Tribunal Federal julgar, em outubro do ano passado, e considerar inconstitucionais os dispositivos da reforma trabalhista que obrigavam o trabalhador a pagar honorários periciais e advocatícios se perdesse a causa, a situação estava impraticável para a classe trabalhadora”. Na opinião de Luciene Mourão, “era um absurdo a pessoa ser demitida, ficar desempregada e não entrar na justiça para não correr o risco de perder a causa e ter que pagar por isso”.