O Comício da Central, realizado no dia 13 de março de 1964, foi organizado pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), que junto a outras entidades apoiava e pressionava o então presidente da República, João Goulart, a adotar uma agenda de mudanças sociais. Na ocasião, ele tratou das reformas de base, em especial da reforma agrária; da diminuição dos valores dos aluguéis; do decreto permitindo a desapropriação de terras para reforma agrária na faixa de 10 quilômetros às margens de rodovias, ferrovias, açudes e barragens, e do decreto transferindo para a União o controle das refinarias de petróleo de Ipiranga (RS) e Capuava (SP).
O Ato na ABI contou com a presença da viúva, da filha e das netas do ex-presidente João Goulart – Maria Thereza, Denise, Bárbara e Isabela; de Clodsmidt Riani Filho, filho de Clodsmidt Riani, que era presidente da CGT em 1964 e foi um dos organizadores do comício; de Gabriel do Vale, neto do cantor João do Vale, “o poeta do povo”; do professor Ivan Cavalcante Proença, conselheiro da ABI; do ex-deputado federal Nilmario Miranda, assessor de Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos; da deputada Marina do MST (PT), e de Luiza Coelho, representante da UNE, entre outros.
No Ato, foram exibidos trechos e imagens do discurso de Jango no comício. O presidente da ABI, Octávio Costa, saudou os presentes, especialmente a família de João Goulart, destacou a importância do discurso do ex-presidente no comício e disse que a ABI se sentia honrada em promover o evento.
Nilmario Miranda lembrou que no dia 15 de março, dois dias depois do Comício da Central do Brasil, o ex-presidente João Goulart assinou um decreto criando, pela primeira vez no Brasil, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana.
Em sua fala, Isabela Goulart, uma das netas do ex-presidente, afirmou: “Um país sem memória é um país sem identidade. Um país sem identidade é quase como se fosse uma folha em branco. O primeiro a chegar, escreve o que quiser”.
Exposição
Foto: Moysés Corrêa/ABI
No foyer ao lado do auditório, foi inaugurada a exposição Rio 64 – a capital do golpe –, assinada por Heloisa Starling, que fica em cartaz até o dia 13 de abril e relembra os principais acontecimentos que culminaram no golpe, na madrugada do dia 1° de abril, e o contexto cultural e intelectual da época.
Simultaneamente à inauguração da exposição física, será lançada a versão virtual no site Rio Memórias onde os visitantes poderão acessar, na íntegra, as informações apresentadas na exposição física, além de outros acontecimentos.
(Com informações da Assessoria de Imprensa da ABI e da Agência Brasil.)