A advogada informou que a iniciativa inclui, também, a realização de eventos de conscientização da sociedade sobre o tema, como videoconferências, lives e postagens nas redes sociais e nos órgãos de imprensa. Ana Paula Araújo de Holanda disse que o aumento da violência contra a mulher extrapolou o seu estado. “Na verdade, o tema ganhou relevância mundial, pois, no período de confinamento, verificou-se, não somente no Ceará, mas no Brasil e no mundo, o crescimento dos casos de violência contra a mulher, que ainda enfrenta dificuldade para fazer a denúncia, por conta do isolamento social”, explicou.

Ana Paula Araújo de Holanda agradeceu a decisão da presidente nacional do IAB, Rita Cortez, de apoiar a campanha. “Por ser uma instituição de grande credibilidade, uma referência ética construída em quase dois séculos de educação jurídica, o que inclui, conforme tem ressaltado a presidente Rita Cortez, lições de cidadania, como o respeito aos direitos das mulheres, o IAB fortalece a campanha”, afirmou. Segundo ela, as demais regionais da ABMCJ em todo o País estão aderindo à iniciativa. 

Repudiável – A presidente nacional do IAB contextualizou a campanha #quarentenasim #violêncianão na crise sanitária e econômica enfrentada pelo País. “A pandemia atinge de forma implacável a população, provocando por onde passa várias mortes e, além da sua grave letalidade, repercutindo não apenas na política econômica, mas profundamente nos hábitos sociais”, afirmou. Rita Cortez disse também que “um grave efeito do necessário isolamento sanitário é a violência no lar, já que mulheres estão sendo atacadas por seus parceiros, aumentando sobremaneira os casos de repudiável agressão”.

A advogada frisou que a luta do IAB em defesa da mulher é muito anterior à gravidade do problema na atual crise. “O Instituto, desde antes da pandemia, sempre exortou a advocacia a ajudar a combater essa doentia face da convivência social entre homens e mulheres”, destacou. De acordo com Rita Cortez, “desta forma, o IAB, que não poderia deixar de participar dessa campanha, convoca os membros da Casa de Montezuma, homens e mulheres, a nela se engajarem”.

Ana Paula Araújo de Holanda destacou a grande repercussão da inciativa. “A campanha começou em Fortaleza e está recebendo apoio em todo o Brasil e até no exterior, graças à capilaridade natural do Rotary, que está presente no mundo inteiro, com o objetivo de construir um mundo melhor, conforme ressaltou a professora Maria Vital da Rocha, governadora do Distrito 4490 do Rotary, que engloba os clubes com sedes no Ceará, Piauí e Maranhão”, informou.

 

A presidente da ABMCJ-CE agradeceu o apoio prestado por Maria Vital da Rocha, que também integra o Conselho Deliberativo da associação.  “A parceria com o Rotary foi fundamental para deslanchar a campanha no Brasil e além-mar, pois a entidade tem como missão servir ao próximo, difundir a integridade e promover a boa vontade, a paz e a compreensão mundial”, disse.

Aumento global – Maria Vital da Rocha comentou sobre a dimensão do crescimento atual da violência contra a mulher. Segundo ela, “no início de abril, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo aos países para que adotem medidas para combater o aumento global da violência doméstica dirigida a mulheres e meninas, que estão mais vulneráveis em decorrência do confinamento provocado pela pandemia”.

Ana Paula Araújo de Holanda elogiou, ainda, a atuação da vice-presidente da ABMCJ-CE, Francilene Gomes de Brito, e da secretária-geral, Christiane do Vale Leitão, que são também representantes institucionais adjunta e titular do IAB no estado, respectivamente.

Christiane do Vale Leitão falou a respeito da importância da campanha. “Neste momento de isolamento social por força da pandemia, assistimos ao crescente número de casos de violência doméstica”, disse a advogada. De acordo com ela, “por essa razão, decidimos dar as mãos, a advocacia e a comunidade, para fazermos, em comunhão de esforços, o enfrentamento deste tão grave problema social”.
 

Francilene Gomes de Brito valorizou a participação de representantes de diversos segmentos das carreiras jurídicas na iniciativa. “A ABMCJ, que congrega mulheres com atuação profissional nas mais variadas searas do Direito, ou seja, no magistério, na magistratura, no Ministério Público, na Defensoria Pública e nas procuradorias, por exemplo, tem por missão defender o estado democrático de direito, os direitos fundamentais, a cidadania e, em especial, os direitos das mulheres”.

 

A presidente da Comissão da Mulher do IAB, Deborah Prates, também louvou a campanha. “Neste momento em que, por conta da pandemia, as políticas públicas foram abandonadas, a campanha é muito propícia para socorrer as mulheres que, no isolamento social, estão sendo vitimadas pela violência cometida por seus companheiros e obrigadas a passar 24 horas por dia dentro de casa com o agressor”, afirmou. Para Deborah Prates, “é preciso dar uma atenção especial às mulheres com deficiência, que, além de serem vítimas da violência, enfrentam maior dificuldade para providenciar a denúncia”.