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Quinta, 08 Junho 2023 00:47
IAB sugere mudanças no PL da energia offshore e pede criação de política eólica nacional
O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) aprovou, nesta quarta-feira (7/6), o parecer que pede a criação de uma política de energia eólica nacional. A matéria foi analisada a partir do texto do projeto de lei 576/21, que regulamenta o aproveitamento do potencial energético offshore. O relator do parecer, Luis Fernando Priolli, afirmou que a proposta precisa de mudanças e lembrou que o mesmo assunto já foi enfrentado pelo Executivo: “O ideal é incorporar o que há de positivo no Decreto 10.946/22 para que nós consigamos criar no Brasil um arcabouço jurídico que propicie o desenvolvimento dessa indústria”.
Uma das modificações necessárias ao projeto, de autoria do ex-senador Jean Paul Prates (PT/RN), é a alteração da nomenclatura que restringe o objeto: “O próprio título já merece pequena adequação. Consta ‘Disciplina o aproveitamento de potencial energético offshore’, quando o ideal seria constar ‘Disciplina o aproveitamento de bens da União para a geração e transmissão de energia elétrica a partir de empreendimento offshore’, pois, a prevalecer a redação original, incluiria e alcançaria também projetos e ativos de Exploração e Produção ("E&P") de petróleo e gás natural”, afirma o parecer.
A ideia, segundo Priolli, é “facilitar o entendimento do que se propõe e, assim, destravar os investimentos nesse setor”. O advogado citou que apenas o estudo de viabilidade técnico-operacional de cada área de interesse movimentaria aproximadamente R$ 1 bilhão. “É muito importante que haja uma legislação, porque a costa brasileira tem dois subsistemas muito poderosos no Nordeste e no Sul do País. Perder a oportunidade de estar na vanguarda de uma indústria que está nascendo não só no Brasil, mas no mundo, é muito prejudicial”, sublinhou o relator.
De acordo com a análise, que foi apreciada pela Comissão de Energia e Transição Energética do IAB, a exploração da eólica “tem se mostrado um caminho viável para atender às preocupações ambientais de descarbonização da economia, bem como o desenvolvimento de nova tecnologia e cadeia de suprimentos”. Nesse sentido, o parecer também sugere que o projeto de lei tenha expresso em sua redação o “relevante interesse nacional no desenvolvimento da fonte”.
Priolli destacou que a ideia é contribuir com o Congresso Nacional na formulação de políticas eficientes, que propiciem investimentos no Brasil. Para isso, ele acredita que o Decreto 10.946/22, que trata dos procedimentos para outorga do contrato de cessão de uso da área offshore, adiciona bons elementos ao corpo do texto do PL. “O grande entrave é a falta de legislação, então, o que se ambicionou na Comissão foi ajudar o legislador e acrescentar onde for pertinente o que viabilize investimentos que estão represados para vir ao Brasil”, disse o advogado.