A entrega da Medalha Esperança Garcia foi feita pela presidente nacional do IAB, Rita Cortez, que assumiu o compromisso de oferecer a comenda para Fides Angélica na ocasião de sua criação. Cortez ainda ressaltou a importância das duas advogadas para a conquista de espaço para as mulheres no País. Esperança, que foi escravizada no século XVIII, escreveu uma petição ao então governador do Piauí denunciando os maus-tratos sofridos por sua família. Em 2022, com a recuperação do documento, o Conselho Federal da Ordem concedeu à Esperança o título de primeira advogada brasileira.
Fides Angélica Omatti
Já Fides Angélica foi eleita para presidir a OAB/PI pela primeira vez em 1987, quebrando uma barreira histórica na Ordem e sendo a primeira mulher a conduzir uma seccional do sistema OAB. Ela ocupou o posto por três mandatos e deixou o cargo em 1994. Hoje, a advogada preside a Academia Piauiense de Letras (APL). “O Estado do Piauí está em festa porque são duas mulheres de destaque. E nós criamos essa medalha justamente para homenagear as mulheres, especialmente as advogadas”, disse Rita Cortez. Em sua fala, Fides Angélica destacou a felicidade em receber a comenda: “É um orgulho porque o IAB é a entidade maior da advocacia no Brasil, fundada ainda no Império com a finalidade de criar a OAB”.
Na cerimônia, Álvaro Mota foi empossado como ocupante da cadeira 29 da APLJ, cujo patrono é Joaquim de Sousa Neto, piauiense que fez carreira como juiz, primeiro no Rio de Janeiro, nos anos 1950, depois em Brasília, onde chegou ao cargo de desembargador e foi presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Mota, que presidiu a OAB/PI e atualmente conduz o Instituto de Advogados Piauienses (IAP), foi escolhido por unanimidade para a posição.
Álvaro Mota e Rita Cortez
Ao falar sobre a posse na APLJ, Mota afirmou que encara a ocupação da cadeira 29 com muita responsabilidade por ser a entidade a guardiã da história jurídica piauiense. “É uma questão de orgulho e alegria porque eu vou me ombrear com os maiores juristas do Piauí. É um ambiente cultural, de muito debate jurídico, e isso serve de incentivo para as próximas gerações e também para discutir novos temas, como inteligência artificial e regulação da internet. É nesse espírito que venho tentar colaborar com todos esses luminares que fazem parte dessa academia”, afirmou ele.