OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!
Quarta, 25 Maio 2016 14:20
"Arnaldo Malheiros Filho foi um colega admirável e um dos melhores advogados do País"
Técio ressaltou as qualidades de "colega admirável, digno, culto e corajoso" de Arnaldo Malheiros
Técio ressaltou as qualidades de "colega admirável, digno, culto e corajoso" de Arnaldo Malheiros
"A morte de Arnaldo Malheiros Filho, um dos melhores advogados do País, homem extraordinário, colega admirável, digno, culto e corajoso, causou grande consternação, principalmente, entre os advogados criminais". A afirmação foi feita, na sessão ordinária desta quarta-feira (25/5), pelo presidente nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros, Técio Lins e Silva, um dia após a morte do advogado que "construiu uma carreira de sucessos e vai fazer muita falta para a advocacia, principalmente nesses tempos de cólera". Técio disse ainda: "Vamos sentir saudades daquele gordo risonho e bem humorado".
O criminalista Arnaldo Malheiros Filho morreu no dia 24 de maio, aos 65 anos, em São Paulo. O advogado, um dos mais admirados na área, estava internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, por conta de um transplante. Formado pela Faculdade de Direito da USP em 1972, Malheiros defendeu presos políticos na ditadura militar (1964-1985) e era crítico de juízes que, segundo ele, buscam a eficiência contornando garantias constitucionais.
Malheiros era conhecido pela convicção que tinha de que estava na profissão certa: "Gosto da liberdade, tanto a que a profissão liberal me dá, como a liberdade das pessoas que eu defendo. Eu não seria um bom acusador e também creio que não sirvo para julgar", disse, em entrevista ao site Consultor Jurídico, em 2006.
Com atuação em casos de grande visibilidade, acreditava que a defesa de figuras de destaque e já "previamente condenados pela imprensa" era sempre um desafio: "Dá mais gás ao advogado". Conhecido pela vasta cultura, Malheiros revelou, em entrevista: "Tenho uma forte ligação com o livro, até porque fui conferente de revisão, revisor, copidesque e produtor da Editora Revista dos Tribunais; amo o livro. Mas, o importante não é o livro, são as leituras".
Malheiros foi conselheiro e diretor da Associação dos Advogados de São Paulo (1979 a 1983) e conselheiro federal da OAB (1993 a 1994). Estava presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD). Também atuou como orientador acadêmico e professor de Direito Penal Econômico no curso de especialização da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. O criminalista foi um dos conselheiros que participaram dos planos da criação do site Consultor Jurídico e da coleção Anuário da Justiça.