Também participaram do lançamento o vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), desembargador Guilherme Calmon Nogueira da Gama, e o vice-presidente Administrativo da Academia Brasileira de Direito Civil (ABDC), Thiago Ferreira Cardoso Neves. Os dois atuaram na coordenação das duas coletâneas. A presidente nacional do IAB, Rita Cortez, que participou virtualmente do webinar, transmitido pelo canal TVIAB no YouTube, e o 2º vice-presidente, Sydney Sanches, eleito para presidir o IAB no triênio 2022/2025, que estava no plenário histórico, abriram e encerraram o evento.
Rita Cortez e Sydney Sanches destacaram o sucesso alcançado pelo projeto Saindo do Prelo. “O IAB, que é uma entidade propagadora da cultura, tem estimulado o hábito da leitura por meio do projeto Saindo do Prelo, uma iniciativa exitosa da gestão que está se despedindo”, afirmou a presidente. De acordo com o próximo presidente, “é realmente um projeto de grande sucesso e que está entre os grandes feitos da atual administração”.
O evento foi marcado por homenagens a Sylvio Capanema de Souza, um dos autores do anteprojeto de lei transformado na Lei do Inquilinato (Lei 8.245/1991). Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), Sylvio Capanema ingressou no IAB em 1984, e advogou por 34 anos, especialmente no segmento do Direito Imobiliário. Ele morreu aos 82 anos, de Covid-19, no dia 20 de junho de 2020. Presente no plenário histórico, o filho do homenageado e juiz do TJRJ João Paulo Knack Capanema de Souza representou a família. “Sylvio Capanema sempre foi muito presente na vida de todos nós”, afirmou a diretora de Biblioteca, Marcia Dinis, que mediou os debates após a apresentação das obras pelos seus coordenadores. “É realmente emocionante retornar ao plenário histórico, depois de tanto tempo, para realizar este evento híbrido marcado pelo lançamento de duas obras importantíssimas para a análise do Direito”, complementou a advogada.
Sensibilidade rara – Sobre Sylvio Capanema, Heloisa Helena Barboza o classificou como “um homem de sensibilidade rara e dotado de uma enorme empatia, que lhe permitia conhecer o outro e as suas necessidades”. Também integraram a mesa a presidente da Associação Brasileira de Advogados do Mercado Imobiliário (Abami), Alessandra Ávila, e o vice-presidente, Daniel Martins. De acordo com a presidente, “nascida há 32 anos para promover o incentivo ao estudo do Direito Imobiliário e o aprimoramento da legislação que regula o mercado imobiliário, a Abami teve entre os seus fundadores Sylvio Capanema de Souza, Geraldo Beire Simões e Pedro Cantisano, autores do anteprojeto de lei que resultou na edição da Lei do Inquilinato”.
Guilherme Calmon Nogueira da Gama também falou sobre a homenagem: “É elogiável a iniciativa de reconhecimento da brilhante trajetória profissional e pessoal de Sylvio Capanema”. A respeito da Lei do Inquilinato, o desembargador disse que ela “é uma iniciativa a ser festejada, porque trouxe importantes contribuições, revelando o quanto é fundamental o trabalho do legislador”. Sobre o Código Civil de 2002, disse ter algumas críticas, “especialmente, em relação a alguns pontos que se mantiveram desatualizados, mas é uma legislação importante por provocar a reflexão sobre a necessidade permanente de aprimoramento das normas”.
Thiago Ferreira Cardoso Neves comentou que “as obras celebram duas leis que refletem a realidade e o sentido do nosso ordenamento jurídico, hoje voltado para a função social”. Segundo ele, “a Lei do Inquilinato foi editada numa época de severos problemas econômicos no País, que enfrentava recessão e inflação galopante, e locadores e locatários viviam um conflito permanente que gerava uma crise no sistema habitacional, por conta da extrema pobreza da população, sem condições de ter uma casa própria”. De acordo com o advogado, “a lei veio para apaziguar os ânimos e conseguiu com êxito esse propósito, tanto que está completando 30 anos”. Ele também fez críticas ao Código Civil: “Como o projeto era de 1975, eram necessárias atualizações que não ocorreram na sua edição em 2002, mas cabe à doutrina e à jurisprudência fazerem com que a legislação preserve de fato os valores e os princípios constitucionais”.
Também integraram a mesa o presidente da Comissão de Direito Agrário e Urbanístico do IAB, Frederico Price Grechi, um dos articulistas do livro 20 anos do Código Civil: relações privadas no início do século XXI, e o advogado Carlos Roberto Barbosa Moreira, que publicou artigos nas duas coletâneas.