Terça, 06 Junho 2023 00:19
Reflexão sobre o Direito por meio das artes é tema de livro lançado no IAB
Da esq. para a dir., no alto, Marcia Dinis, Cristina Zackzeski, Gladstone Leonel e José Geraldo; no meio, Rozana Reigota, Antônio Carlos Queiroz, Nara Ayres Britto e Catherine Coutinho; embaixo, Carmela Grüne e Sydney Limeira Sanches
O diálogo entre a advocacia e outras artes é o caminho para a apreensão do conhecimento, disse o membro benemérito do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) e professor da Universidade de Brasília (UnB) José Geraldo de Sousa Junior, que lançou o livro Lido para você: Direito, cinema e literatura nesta segunda-feira (5/6). No evento, promovido pelo Instituto, o escritor afirmou que a coletânea de artigos de opinião sobre teses, livros e pesquisas encontra espaço na multidisciplinaridade: “O conhecimento é uma apropriação do real por meio de outra linguagem. Às vezes isso se torna mais perceptível do que, por exemplo, os insossos e excessivos compêndios e manuais”.
A publicação une três eixos temáticos presentes na coluna Lido para você, do jornal Estado de Direito, de onde os textos se originam. De acordo com o autor, a ideia dos artigos publicados semanalmente é estabelecer um diálogo intercultural com diversas áreas. “Entendo que o conhecimento não está contido em um único modo, mas nessa integração. A literatura e a arte, como dizia Eduardo Lourenço, não são um delírio”, afirmou José Geraldo. O mesmo foi destacado pelo presidente nacional do IAB, Sydney Limeira Sanches, que durante a abertura do evento lembrou a relação da advocacia com outros campos de conhecimento: “O Direito conversa com todos os setores e com todas as atividades, sempre com um olhar enriquecedor para a nossa atividade jurídica”.
O lançamento foi mediado pela diretora de Biblioteca do Instituto, Marcia Dinis, e teve a participação da diretora de Comunicação do IAB, Carmela Grüne, da membro da Comissão de Criminologia Cristina Zackzeski, da membro da Comissão de Direito Constitucional Nara Ayres Britto e de autores comentados no livro: o jornalista Antônio Carlos Queiroz, o músico e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Gladstone Leonel, a advogada Catherine Coutinho e a doutora em Linguística pela UnB Rozana Reigota.
A fuga do Direito dogmático, para Marcia Dinis, é uma forma de pensar a advocacia de formas mais amplas. “José Geraldo tem essa sensibilidade na coluna. Ele traz exatamente a visão de arte, de cinema e de tudo o que é realmente produtivo para que se faça um Direito engajado. Essa divulgação da arte e da importância da sensibilidade do artista em mostrar a realidade pode ser efetivamente usada na busca por justiça social”, disse a diretora. O autor também foi homenageado por Nara Ayres Britto, que destacou entre as habilidades de José Geraldo “o olhar humanista que vem mudando gerações e influenciando vários de seus alunos”. O trabalho do escritor, segundo a advogada, “nos auxilia a trazer uma visão holística para o Direito e para as relações sociais”.
Carmela Grüne, que também é editora do jornal Estado de Direito, contou que a publicação é o primeiro volume de outros livros que abordarão novos temas. “O foco desse volume, que aborda cinema, arte e literatura, é mostrar como esses elementos fazem parte da identidade democrática brasileira. A sociedade conseguir olhar essas possibilidades é uma postulação daquilo que a gente busca para a emancipação social”, disse Grüne. A democratização das produções abordadas na coluna também foi mencionada por Cristina Zackzeski: “No conjunto da obra, vejo que há uma forte dimensão acadêmica e uma forte dimensão humana. É preciso reconhecer essa característica de abrir o conhecimento e também fazer circular aquilo que as pessoas estão produzindo”.
Lido para você também foi recomendado pelos autores que tiveram suas publicações comentadas por José Geraldo. “Tenho a honra e o orgulho de um artigo meu ter sido colocado no livro. Ele não é necessariamente relacionado ao Direito, mas extrapola a questão jurídica e pega nossos afetos. Obviamente, isso tem muita influência do próprio Zé, que sempre me estimulou a ser afetado pelos espaços e pelas pessoas”, contou Gladstone Leonel, autor de Cartas de viagem: Histórias de caminhos não contados, publicado em 2021. A produção consistente de José Geraldo que originou o livro, segundo Catherine Coutinho, autora da dissertação Literaturas Munduruku : as histórias contadas e a justiça cognitiva, “representa uma das maiores qualidades que ele tem: escutar e se atentar ao próximo”.
A coluna do jornal Estado de Direito também foi exaltada por Rozana Reigota, uma das autoras de Memórias e perspectivas: 50 anos de Letras da Universidade de Brasília (1962-2012). “Essa seção é importante para a valorização da leitura em todos os seus aspectos. Ela tem um espectro muito grande de temáticas e de relação entre temas e áreas do conhecimento”, disse a linguista. O trabalho de José Geraldo foi definido como uma inspiração para Antônio Carlos Queiroz: “Ele se tornou uma referência com o livro O Direito achado na rua e eu diria que é a rua o lugar do diálogo, onde o povo se encontra e se comunica”, disse o jornalista, que participou do projeto Guia Musical de Brasília.
O lançamento foi mediado pela diretora de Biblioteca do Instituto, Marcia Dinis, e teve a participação da diretora de Comunicação do IAB, Carmela Grüne, da membro da Comissão de Criminologia Cristina Zackzeski, da membro da Comissão de Direito Constitucional Nara Ayres Britto e de autores comentados no livro: o jornalista Antônio Carlos Queiroz, o músico e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Gladstone Leonel, a advogada Catherine Coutinho e a doutora em Linguística pela UnB Rozana Reigota.
A fuga do Direito dogmático, para Marcia Dinis, é uma forma de pensar a advocacia de formas mais amplas. “José Geraldo tem essa sensibilidade na coluna. Ele traz exatamente a visão de arte, de cinema e de tudo o que é realmente produtivo para que se faça um Direito engajado. Essa divulgação da arte e da importância da sensibilidade do artista em mostrar a realidade pode ser efetivamente usada na busca por justiça social”, disse a diretora. O autor também foi homenageado por Nara Ayres Britto, que destacou entre as habilidades de José Geraldo “o olhar humanista que vem mudando gerações e influenciando vários de seus alunos”. O trabalho do escritor, segundo a advogada, “nos auxilia a trazer uma visão holística para o Direito e para as relações sociais”.
Carmela Grüne, que também é editora do jornal Estado de Direito, contou que a publicação é o primeiro volume de outros livros que abordarão novos temas. “O foco desse volume, que aborda cinema, arte e literatura, é mostrar como esses elementos fazem parte da identidade democrática brasileira. A sociedade conseguir olhar essas possibilidades é uma postulação daquilo que a gente busca para a emancipação social”, disse Grüne. A democratização das produções abordadas na coluna também foi mencionada por Cristina Zackzeski: “No conjunto da obra, vejo que há uma forte dimensão acadêmica e uma forte dimensão humana. É preciso reconhecer essa característica de abrir o conhecimento e também fazer circular aquilo que as pessoas estão produzindo”.
Lido para você também foi recomendado pelos autores que tiveram suas publicações comentadas por José Geraldo. “Tenho a honra e o orgulho de um artigo meu ter sido colocado no livro. Ele não é necessariamente relacionado ao Direito, mas extrapola a questão jurídica e pega nossos afetos. Obviamente, isso tem muita influência do próprio Zé, que sempre me estimulou a ser afetado pelos espaços e pelas pessoas”, contou Gladstone Leonel, autor de Cartas de viagem: Histórias de caminhos não contados, publicado em 2021. A produção consistente de José Geraldo que originou o livro, segundo Catherine Coutinho, autora da dissertação Literaturas Munduruku : as histórias contadas e a justiça cognitiva, “representa uma das maiores qualidades que ele tem: escutar e se atentar ao próximo”.
A coluna do jornal Estado de Direito também foi exaltada por Rozana Reigota, uma das autoras de Memórias e perspectivas: 50 anos de Letras da Universidade de Brasília (1962-2012). “Essa seção é importante para a valorização da leitura em todos os seus aspectos. Ela tem um espectro muito grande de temáticas e de relação entre temas e áreas do conhecimento”, disse a linguista. O trabalho de José Geraldo foi definido como uma inspiração para Antônio Carlos Queiroz: “Ele se tornou uma referência com o livro O Direito achado na rua e eu diria que é a rua o lugar do diálogo, onde o povo se encontra e se comunica”, disse o jornalista, que participou do projeto Guia Musical de Brasília.