O lançamento foi mediado pelo presidente do IAB, Sydney Sanches, e pelo secretário-geral do Instituto, Jorge Rubem Folena. O dirigente da entidade parabenizou Fernandes pelo trabalho de resgate da memória política brasileira: “O serviço público que está sendo feito aqui hoje deveria ser pauta de política pública. Fernando está entregando para a sociedade brasileira um grande volume de informações ordenadas, o que significa dizer que é algo imensurável que precisa ser replicado e divulgado enormemente”.
A busca pela verdade sobre a violência cometida pelo regime militar, que também vitimou Tristão Fernandes, falecido em 2021, foi iniciada em 1997. O Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou a divulgação dos áudios das sessões secretas em 2007, mas o STM desrespeitou a decisão. Dez anos depois, em 2017, o STF enfrentou novamente o caso e reiterou a decisão. O material, que reúne milhares de horas de gravação, precisou ser desvendado e organizado por Fernandes. “Isso é uma terapia de cura, porque só conhecendo a história e dando espaço para falar disso é que nos afastamos desse precipício e ajudamos a nos curar como nação”, disse Fernandes.
Para Jorge Rubem Folena, o trabalho de organização e divulgação do material deveria partir de uma iniciativa do Estado: “Não temos só o direito à vida, a memória também é um direito fundamental que todos nós temos como seres humanos”. No dia em que se comemoram 59 anos do golpe militar, o advogado destacou a necessidade de união contra as forças antidemocráticas: “Aqueles que defendem e amam a democracia devem estar juntos, porque as forças do fascismo rondam fortemente o nosso País. Hoje nós fizemos um dia de resistência democrática”.