A advogada lembra que o consócio centenário, que ingressou no Instituto em 1947, quatro anos após se formar pela Faculdade Nacional de Direito da então Universidade do Brasil (hoje, UFRJ), ainda comparece ao plenário histórico. “Sempre foi um fiel amigo do IAB, assíduo frequentador das nossas sessões plenárias e colaborador incansável para o desenvolvimento das nossas atividades culturais e acadêmicas”, ressalta Rita Cortez. Segundo ela, “o ilustre confrade, ao longo da sua trajetória profissional, emprestou, seguramente, grandes contribuições ao Direito e à Justiça”.
O ex-presidente Técio Lins e Silva também faz questão de dedicar algumas palavras ao homenageado. “Um grande representante da raça humana e, especialmente, da advocacia”, resume. “Tive a honra de entregar a ele a Medalha Teixeira de Freitas, a principal honraria do IAB, que leva o nome de um dos maiores juristas do País”, relembra. O criminalista diz que Hermano de Villemor Amaral Filho “é um exemplo de correção e amor à profissão, mantendo aos cem anos lucidez e saúde”.
Senso de humor – Técio Lins e Silva exalta, também, o senso de humor do homenageado e conta uma passagem que o confirma. O ex-presidente acompanhou o consócio, alguns anos atrás, na consulta a um oftalmologista, que, após vários exames, disse ao paciente os problemas diagnosticados. Depois de explicar detalhadamente cada uma das patologias descobertas, que poderiam exigir, anos à frente, algumas cirurgias, o médico perguntou se ele havia compreendido tudo. Com a resposta positiva do paciente, o oftalmologista perguntou: “Me diga, então, o que o senhor tem?”. Hermano de Villemor Amaral Filho respondeu-lhe: “Eu sei, mas não posso dizer”. Ao ser indagado sobre a razão que o impedia de dizer quais eram os seus problemas médicos, respondeu: “Seria exercício ilegal da medicina da minha parte”.
O ex-presidente Ricardo Cesar Pereira Lira também elogia o amigo: “Hermano de Villemor Amaral Filho se destaca pela probidade, eficiência e maneira cortês com que trata todas as pessoas”. O 1º vice-presidente, Sergio Tostes, o classifica como “um ícone da advocacia brasileira”. Segundo Tostes, “o escritório Villemor Amaral Advogados, que foi um dos primeiros do País a se tornar uma unidade empresarial, continua honrando a sua tradição de mais de cem anos e tem a sua sucessão garantida com a presença em sua equipe do advogado Hermano de Villemor Amaral Neto”.
Com a morte do pai, um renomado comercialista, em 1955, Hermano de Villemor Amaral Filho assumiu o escritório. Fundada em 1909, a sociedade havia se unido, em 1919, ao advogado francês Alexandre Fessy-Moyse, que veio exercer sua atividade no Rio de Janeiro. A parceria propiciou os primeiros contatos do escritório Villemor Amaral com juristas, homens de negócios e empresas da Europa, o que contribuiu para consolidá-lo como uma das maiores e mais reputadas bancas do País, com atuação em praticamente todas as áreas do Direito, inclusive em âmbito internacional
Hermano de Villemor Amaral Filho especializou-se em Direito Comercial, Direito Societário e investimentos estrangeiros no Brasil, prestando consultoria jurídica a diversas empresas. Foi conselheiro da OAB/RJ e da International Bar Association e presidiu a Aliança Francesa no Rio de Janeiro e a Associação dos Membros da Legião de Honra. Também foi vice-presidente do Instituto Goethe, no Rio de Janeiro; membro do Conselho Patrimonial da Escola Suíça no Rio; sócio do Rotary Club do RJ e atuou como advogado da Sociedade Filantrópica Suíça, da Sociedade Francesa de Beneficência, Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) e das Câmaras de Comércio da França e da Suíça.
“É um grande colega e maior ainda como advogado militante, além de exemplo de juventude que não esmaeceu com o seu centenário”, destaca Bernardo Cabral, presença certa nos almoços mensais, no Centro do Rio, com Hermano de Villemor Amaral Filho e outros membros do Conselho Superior do IAB. Bellini Cunha o classifica como “uma pessoa extraordinária, que merece todo respeito e admiração pela forma como honra a profissão de advogado e trata os amigos”. Saudoso dos encontros gastronômicos, suspensos com a pandemia, Hariberto de Miranda Jordão Filho diz que o amigo “é uma excelente companhia e um dos mais ilustres advogados do Rio”. Para Roberto Léllis, “é um exemplo de dedicação à Justiça que, por seu talento e esforço, deve ser incluído no panteão do Poder Judiciário”.
Modéstia e respeito – Hermano de Villemor Amaral Filho já deu demonstrações marcantes de modéstia e respeito ao IAB exaltados pelos amigos. Ao receber a Medalha Teixeira de Freitas, na sessão solene comemorativa aos 174 anos do IAB, no dia 27 de setembro de 2017, pelas mãos de Técio Lins e Silva, ele disse ter ficado “surpreso” ao ver seu nome “sufragado para ostentar, na lapela, a fulgurante medalha, que tanto prestigia advogados”.
Na sessão de 15 de agosto de 2018, conduzida pela presidente Rita Cortez, o decano saudou o novo consócio Leonardo Mobarak Andrade Gomes, por ele indicado, junto com a presidente da Comissão de Direito Digital, Fernanda Sauer, para se tornar membro efetivo do IAB: “Neste momento crucial que o mundo todo atravessa, com contradições incompreensíveis e inacabáveis, ser aceito para participar do quadro de associados do Instituto dos Advogados Brasileiros, a Casa de Montezuma, representa para você um passo profissional gigantesco, pois irá usufruir da cultura jurídica que aqui se prega e não se pode deixar perecer”.
Outro companheiro de garfo e faca do decano, Rogério de Castro diz que “Hermano é uma instituição, pois tem a mesma idade da Faculdade Nacional de Direito, onde se formou e que este ano também está completando cem anos”. Por sua vez, Pedro Augusto de Almeida Guimarães perfila o amigo: “Personalidade que não envelheceu de corpo, nem de espírito, e continua o jovem de sempre, com a sua prosa atraente”. Pedro Guimarães acrescenta: “Tenho aprendido muito com sua simplicidade e sua grandeza”.
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OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!