O ex-presidente Técio Lins e Silva também faz questão de dedicar algumas palavras ao homenageado. “Um grande representante da raça humana e, especialmente, da advocacia”, resume. “Tive a honra de entregar a ele a Medalha Teixeira de Freitas, a principal honraria do IAB, que leva o nome de um dos maiores juristas do País”, relembra. O criminalista diz que Hermano de Villemor Amaral Filho “é um exemplo de correção e amor à profissão, mantendo aos cem anos lucidez e saúde”.
Senso de humor – Técio Lins e Silva exalta, também, o senso de humor do homenageado e conta uma passagem que o confirma. O ex-presidente acompanhou o consócio, alguns anos atrás, na consulta a um oftalmologista, que, após vários exames, disse ao paciente os problemas diagnosticados. Depois de explicar detalhadamente cada uma das patologias descobertas, que poderiam exigir, anos à frente, algumas cirurgias, o médico perguntou se ele havia compreendido tudo. Com a resposta positiva do paciente, o oftalmologista perguntou: “Me diga, então, o que o senhor tem?”. Hermano de Villemor Amaral Filho respondeu-lhe: “Eu sei, mas não posso dizer”. Ao ser indagado sobre a razão que o impedia de dizer quais eram os seus problemas médicos, respondeu: “Seria exercício ilegal da medicina da minha parte”.
O ex-presidente Ricardo Cesar Pereira Lira também elogia o amigo: “Hermano de Villemor Amaral Filho se destaca pela probidade, eficiência e maneira cortês com que trata todas as pessoas”. O 1º vice-presidente, Sergio Tostes, o classifica como “um ícone da advocacia brasileira”. Segundo Tostes, “o escritório Villemor Amaral Advogados, que foi um dos primeiros do País a se tornar uma unidade empresarial, continua honrando a sua tradição de mais de cem anos e tem a sua sucessão garantida com a presença em sua equipe do advogado Hermano de Villemor Amaral Neto”.
Com a morte do pai, um renomado comercialista, em 1955, Hermano de Villemor Amaral Filho assumiu o escritório. Fundada em 1909, a sociedade havia se unido, em 1919, ao advogado francês Alexandre Fessy-Moyse, que veio exercer sua atividade no Rio de Janeiro. A parceria propiciou os primeiros contatos do escritório Villemor Amaral com juristas, homens de negócios e empresas da Europa, o que contribuiu para consolidá-lo como uma das maiores e mais reputadas bancas do País, com atuação em praticamente todas as áreas do Direito, inclusive em âmbito internacional

Hermano de Villemor Amaral Filho especializou-se em Direito Comercial, Direito Societário e investimentos estrangeiros no Brasil, prestando consultoria jurídica a diversas empresas. Foi conselheiro da OAB/RJ e da International Bar Association e presidiu a Aliança Francesa no Rio de Janeiro e a Associação dos Membros da Legião de Honra. Também foi vice-presidente do Instituto Goethe, no Rio de Janeiro; membro do Conselho Patrimonial da Escola Suíça no Rio; sócio do Rotary Club do RJ e atuou como advogado da Sociedade Filantrópica Suíça, da Sociedade Francesa de Beneficência, Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) e das Câmaras de Comércio da França e da Suíça.
“É um grande colega e maior ainda como advogado militante, além de exemplo de juventude que não esmaeceu com o seu centenário”, destaca Bernardo Cabral, presença certa nos almoços mensais, no Centro do Rio, com Hermano de Villemor Amaral Filho e outros membros do Conselho Superior do IAB. Bellini Cunha o classifica como “uma pessoa extraordinária, que merece todo respeito e admiração pela forma como honra a profissão de advogado e trata os amigos”. Saudoso dos encontros gastronômicos, suspensos com a pandemia, Hariberto de Miranda Jordão Filho diz que o amigo “é uma excelente companhia e um dos mais ilustres advogados do Rio”. Para Roberto Léllis, “é um exemplo de dedicação à Justiça que, por seu talento e esforço, deve ser incluído no panteão do Poder Judiciário”.
Modéstia e respeito – Hermano de Villemor Amaral Filho já deu demonstrações marcantes de modéstia e respeito ao IAB exaltados pelos amigos. Ao receber a Medalha Teixeira de Freitas, na sessão solene comemorativa aos 174 anos do IAB, no dia 27 de setembro de 2017, pelas mãos de Técio Lins e Silva, ele disse ter ficado “surpreso” ao ver seu nome “sufragado para ostentar, na lapela, a fulgurante medalha, que tanto prestigia advogados”.
Na sessão de 15 de agosto de 2018, conduzida pela presidente Rita Cortez, o decano saudou o novo consócio Leonardo Mobarak Andrade Gomes, por ele indicado, junto com a presidente da Comissão de Direito Digital, Fernanda Sauer, para se tornar membro efetivo do IAB: “Neste momento crucial que o mundo todo atravessa, com contradições incompreensíveis e inacabáveis, ser aceito para participar do quadro de associados do Instituto dos Advogados Brasileiros, a Casa de Montezuma, representa para você um passo profissional gigantesco, pois irá usufruir da cultura jurídica que aqui se prega e não se pode deixar perecer”.
Outro companheiro de garfo e faca do decano, Rogério de Castro diz que “Hermano é uma instituição, pois tem a mesma idade da Faculdade Nacional de Direito, onde se formou e que este ano também está completando cem anos”. Por sua vez, Pedro Augusto de Almeida Guimarães perfila o amigo: “Personalidade que não envelheceu de corpo, nem de espírito, e continua o jovem de sempre, com a sua prosa atraente”. Pedro Guimarães acrescenta: “Tenho aprendido muito com sua simplicidade e sua grandeza”.
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