Edmée da Conceição Ribeiro Cardoso reforçou a crítica aos retrocessos ocorridos nos últimos dois anos: “O recrudescimento das pautas ultraconservadoras, que achávamos terem sido dissipadas pelas conquistas alcançadas com a Constituição de 1988, exige esforços em proteção à democracia”. A advogada defendeu a ampliação das ações de fortalecimento das causas feministas. “É preciso valorizar a luta da mulher não somente dentro da advocacia, mas em todas as demais esferas da sociedade”. 

A vice-presidente da Associação Carioca de Advogados Trabalhistas (Acat), Monica Alexandre Santos, membro efetivo do IAB, também integrou a mesa de abertura virtual. “Eu vou citar um trecho de um texto da feminista Lélia Gonzalez, uma das referências que tenho em minha vida, como mulher, negra e militante”, anunciou a advogada: “Ao reivindicar as nossas diferenças enquanto mulheres negras, sabemos bem o quanto trazemos em nós as marcas da exploração econômica e da subordinação racial e sexual, razão pela qual trazemos também conosco a marca da libertação de todas”. 

 

No último domingo (25/7), foi celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, data reconhecida pela ONU desde julho de 1992, quando foi realizado, na República Dominicana, o 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe. Nos painéis do evento promovido pelo Mati em comemoração à data foram discutidos vários temas, tais como Mercado de trabalho e autonomia econômica, Combate ao machismo e racismo no estado antinegro e Mulheres de julho e patrimônio cultural. 

 

A abertura do evento foi conduzida pela diretora de Regionais do Mati, Lázara Carvalho. Também compuseram a mesa virtual a diretora Administrativa do Instituto da Advocacia Negra Brasileira (Ianb), Ana Lucia da Silva Santos; as integrantes da Comissão da Mulher Advogada da OAB/SP Cláudia Patrícia Luna e da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil da OAB/SP Diva Zito, e a diretora do Sindicato dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro (Saerj) Gláucia Nascimento. 

Também participaram da abertura a coordenadora Jurídica e de Comunicação do Movimento Negro Unificado (MNU) e da Frente de Juristas Negras e Negros (FJUNN,) Margareth Ferreira; a presidente da Comissão Feminista da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat), Noelia Sampaio, a conselheira da OAB/RJ Patrícia Romana e a coidealizadora do Movimento Elo, Paula Brito.