Promovido pelo Curso Prático de Arbitragem (CPA) no seu canal no YouTube, o evento se destina a ensinar técnicas úteis em disputas judiciais e arbitrais. O curso é gratuito, tem carga horária de 12 horas e se estenderá até o dia 9 de fevereiro. José Roberto de Castro Neves disse que a literatura é indispensável à formação do advogado. “A literatura, além de transmitir cultura, estimula o autoconhecimento, ensina como se comunicar, desenvolve a habilidade de interpretar e a capacidade de entender a humanidade”, afirmou.
A abertura do curso foi feita pelos idealizadores e coordenadores do CPA, Joaquim Tavares de Paiva Muniz, membro da Comissão de Mediação, Conciliação e Arbitragem do IAB e presidente da Comissão de Arbitragem da OAB/RJ, e Lucas Vilela dos Reis da Costa Mendes. Também estava presente o presidente da OAB/RJ, Luciano Bandeira, que disse: “A boa formação das novas gerações garantirá o futuro da nossa profissão”.
O primeiro dia do curso foi marcado também por palestras feitas pelos advogados Kazuo Watanabe, a respeito de Os métodos extrajudiciais como futuro da advocacia, e Francisco Mussnich, com Conselhos a jovens advogados. O curso vai tratar de diversos temas, tais como: organização do raciocínio jurídico, redação de argumentos complexos, inquirição de testemunhas e realização de perícias complexas.
Relevância da literatura – Ao destacar a relevância da literatura na formação dos advogados, José Roberto de Castro Neves disse que “muitas vezes, o Direito nasce na forma de literatura”. Como exemplo, ele citou as peças teatrais Oresteia, de Ésquilo, e Antígona, de Sófocles. Segundo ele, “as tragédias gregas envolviam crimes, julgamentos, testemunhas e direito de defesa, ou seja, diversos conceitos jurídicos”.
Como indicação de leitura para os advogados, ele, que é autor de Como os advogados salvaram o mundo, sugeriu O processo, de Franz Kafka, Crime e castigo, de Fiódor Dostoiévski, O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, O médico e o monstro, de Robert Lois Stevenson, O sol é para todos, de Harper Lee, e Um certo capitão Rodrigo, de Érico Veríssimo.
Em sua palestra sobre Os métodos extrajudiciais como futuro da advocacia, Kazuo Watanabe defendeu a ampliação da “advocacia consensual”. De acordo com ele, “o direito de acesso à justiça não se resume ao ingresso nos órgãos do Poder Judiciário, pois inclui principalmente a preservação da garantia de direitos, para o que contribuem cada vez mais os meios consensuais, como a mediação, a arbitragem e a conciliação”.
Antes de dar conselhos aos jovens advogados, Francisco Mussnich ressaltou: “Vivemos tempos obscuros e perigosos, que têm desafiado a nossa liberdade, não somente aqui, mas no mundo inteiro, como nos EUA, onde, felizmente, a democracia prevaleceu”. Em seguida, aconselhou: “Para sermos bons advogados, precisamos dar atenção especial a alguns pontos importantes, como ter conhecimento absoluto dos fatos, o que exige atenção na leitura, o que poucas pessoas hoje fazem, pois o diabo mora no detalhe”.
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!