A relevância da diversidade de gênero no debate público sobre o clima foi defendida pela presidente da Comissão de Direito e Políticas Públicas do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Danielle Marques, que representou a entidade no Festival de Inovação Política: Bancada Feminina na COP 30, realizado nos dias 7 e 8 de outubro, em Brasília. O evento reuniu lideranças políticas, gestoras públicas, parlamentares e representantes de movimentos de mulheres para debater o protagonismo feminino na agenda climática e na construção de um futuro sustentável e igualitário.
Durante o encontro, foi elaborada a Carta das Mulheres para a COP 30, documento coletivo que expressará as reivindicações e compromissos das mulheres brasileiras diante da crise climática. A construção da carta é coordenada pelo Grupo Mulheres do Brasil, em parceria com as organizações Quero Você Eleita, AzMina, Elas Pedem Vista e Elas no Poder. O documento será apresentado oficialmente durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro, em Belém (PA).

“O evento mobilizou um debate público em torno da relevância de integrar a perspectiva de gênero às políticas públicas climáticas, para que as mulheres sejam incluídas na centralidade das decisões sobre o clima, já que são as mais afetadas pelas crises e emergências ambientais, entretanto, permanecem subrepresentadas nos espaços de deliberação. A Carta Manifesto representa um chamado para que o Brasil assuma compromissos efetivos de fortalecimento da representatividade feminina na agenda climática”, afirmou Danielle Marques.
O encontro contou com lideranças femininas de todo o País e apresentou painéis com temas relacionados à inovação política, empreendedorismo feminino, sustentabilidade e participação feminina na política e nos espaços de poder.
O debate também destacou a importância das relações governamentais e da formulação de políticas públicas que considerem o direito às cidades como eixo fundamental, notadamente porque, nos territórios urbanos, os impactos das mudanças climáticas agravam desigualdades sociais e interferem diretamente no cotidiano da população, em especial das mulheres.

Márcia Lopes
Ministra das Mulheres, Márcia Lopes ressaltou que a luta das mulheres por representatividade deve se traduzir em poder de decisão, especialmente diante dos desafios políticos e ambientais. “A violência política de gênero é muito pesada. No próximo ano, nas eleições, nós não podemos votar em nenhum homem que agrida as mulheres, nem em nenhuma mulher que também não trate da questão da mulher com centralidade. Somos 110 milhões de mulheres neste País, nas mais diferentes diversidades — negras, quilombolas, indígenas, ciganas, com deficiência, idosas, empresárias, professoras. Dar voz a todas é fundamental”, afirmou.
O evento contou com performances culturais da cantora pernambucana Flaira Ferro e do artista plástico Leopoldo Nóbrega, responsável pelas esculturas do Galo da Madrugada.
(Com informações da Agência Brasil.)