Rita Cortez destacou, ainda, a importância de “somar forças às iniciativas que estão sendo adotadas por outras entidades representativas da advocacia e do mundo do trabalho, em defesa do direito trabalhista sindical e dos princípios sociais fundamentais previstos na Constituição Federal”. Uma dessas iniciativas foi tomada pelo CFOAB, que ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) questionando a legislação editada pelo governo federal. Além disso, a Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da OAB emitiu um parecer afirmando que as alterações nas regras de recolhimento da contribuição sindical representam uma afronta direta à liberdade e à autonomia sindical e desestabilizam o sistema sindical e as relações coletivas de trabalho.

A audiência pública foi conduzida pelo presidente da Comissão Especial de Direito Sindical, Bruno Reis de Figueiredo, e contou com a participação da vice-presidente da comissão, Katianne Wirna Rodrigues; dos ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Luiz Philippe Vieira de Mello Filho e Augusto César Leite de Carvalho; do ex-presidente da OAB Nacional, Cezar Britto; e do procurador regional do Trabalho, João Hilário Valentim, entre outras autoridades.
“Tivemos aqui dezenas de entidades sindicais de trabalhadores e patronais, representantes do MP e associações de advogados trabalhistas, de forma que vamos elaborar um novo documento para ser levado ao Congresso Nacional, para que a Medida Provisória não vire lei”, afirmou Bruno Reis de Figueiredo.
O ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho ressaltou a importância do debate promovido pela OAB. “Não vamos construir nada se não dialogarmos”, afirmou, acrescentando: “Os magistrados já estão recebendo ações que debatem os temas colocados aqui na audiência”.
Cezar Britto classificou o encontro como uma ponte entre a realidade das entidades sindicais e o mundo do Direito. “Essa audiência é um chamado à unidade, mostrando que todo o sistema está reagindo ao que foi colocado contra os trabalhadores”, disse o ex-presidente da OAB Nacional.
