Aprovado na Câmara dos Deputados, em dezembro do ano passado, e no Senado, no dia 24 de maio último, o PL 4.162/2019 foi encaminhado para a sanção presidencial. A iniciativa tem como base a Medida Provisória (MP) 868/2018, que perdeu a validade sem ter sido apreciada pelo Congresso Nacional, o que levou o governo federal a redigir o PL tratando da matéria. O texto prorroga o prazo para o fim dos lixões e facilita a privatização de estatais do setor de abastecimento d’água e saneamento, entre outras medidas.
Andrea Matos, que também é conselheira do Observatório Nacional do Direito à Água e ao Saneamento (Ondas), se opôs à proposta de privatização. “A água é um bem comum e um direito de todos, e não uma mercadoria”, afirmou. Segundo ela, “não se pode permitir que empresas privadas sejam detentoras dos recursos hídricos”.
De acordo com a química, a privatização aumentará os graves problemas de abastecimento d’água e saneamento nas comunidades de baixa renda. “A lógica da iniciativa privada é o lucro”, alertou. Andréa Matos fez um resumo do histórico das comunidades carentes. “A população pobre e negra, que, após o fim da escravidão, foi morar nos morros e nas favelas, sem saneamento básico, é vítima de racismo ambiental”, afirmou.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada R$ 1 investido em saneamento básico, a economia em gastos com a saúde é de R$ 4. A OMS estima que, no Brasil, 15 mil pessoas morram e 350 mil sejam internadas, a cada ano, devido a doenças ligadas à precariedade do saneamento básico.
No bate-papo, Deborah Prates também defendeu maior participação feminina na política. “Temos que apoiar as candidaturas de mulheres”, propôs a presidente da Comissão da Mulher. A advogada falou, ainda, sobre a luta contra a falta de respeito com as pessoas com deficiências. “É preciso resistir a essa opressão que reduz as pessoas com deficiências às suas deficiências”, afirmou.
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!