A audiência pública foi promovida pela Comissão Especial pelo Cumprimento das Leis da Alerj, presidida pelo deputado Carlos Minc (PSB). Na sua intervenção, Marcia Dinis falou também sobre os critérios previstos para a realização da audiência de custódia. "Por ser um instrumento garantidor de direitos, a audiência deve ser pessoal e sem presença dos agentes que efetuaram a prisão", disse. Segundo a advogada, ela pode não ser realizada somente se ficar comprovada a dificuldade de locomoção do preso ou dos agentes públicos que participam do ato, no caso, juiz, defensor público e membro do Ministério Público. A diretora do IAB ressaltou, ainda, que “o preso só poderá estar algemado caso isso seja imprescindível para garantir a segurança necessária à realização da audiência".
De acordo com Marcia Dinis, tais garantias estão em consonância com as convenções internacionais que inspiraram a adequação da legislação brasileira ao devido processo legal e, consequentemente, ao estado democrático de direito. “Em caso de tortura física ou psicológica, como também eventuais maus tratos ao preso”, destacou a advogada, “a audiência de custódia possibilita a determinação de imediata apuração e, até mesmo, se for o caso, o relaxamento da prisão”. Segundo Marcia Dinis, “no estado democrático de direito, o poder estatal deve ser limitado pelos direitos fundamentais, os princípios e garantias inseridos na Constituição Federal e nas convenções e tratados internacionais referentes aos direitos humanos”.
No Rio de Janeiro, as audiências de custódia foram regulamentadas pela Lei 7.437/16. “Nosso objetivo não é a impunidade, mas evitar entupir as prisões de pessoas que não devem estar presas”, afirmou Carlos Minc. Segundo ele, “o ladrão de frango, que não possui arma nem passagem pela polícia, vai custar ao Estado muito mais do que o que ele roubou, além de ficar no meio da bandidagem pesada”.
Também participaram da audiência pública a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, deputada Renata Souza (Psol); a promotora de Justiça do Ministério Público do Estado do RJ Roberta Maristela; e o subsecretário-adjunto de Infraestrutura da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Rafael Andrade.
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!