Rita Cortez falou que a desigualdade de gênero é uma entre as muitas existentes no País. “A igualdade de gênero é histórica e cultural, por conta do patriarcalismo que sempre considerou a casa o espaço político da mulher, mas temos outras também muito graves no campo social”, disse. Segundo a advogada trabalhista, “a pandemia revelou para o governo federal a existência de uma multidão de trabalhadores vivendo na clandestinidade, sem emprego, sem renda e sem CPF, e que foram buscar o auxílio emergencial”. De acordo com a presidente nacional do IAB, “cerca de 40% da mão de obra brasileira está excluída do estado democrático de direito”.
Rita Cortez comentou a respeito da dupla jornada para as mulheres no isolamento social. “A responsabilidade familiar não pode ficar somente nos ombros das mulheres”, defendeu. A advogada Carolina Lima concordou. “A missão de cuidar da casa não é somente da mulher”, disse. A presidente do Ibrapej falou da dificuldade das advogadas para conciliar a vida profissional com a familiar. “Não é fácil participar, por exemplo, de audiências virtuais, por meio de videoconferências, com filhos pequenos em casa, como é o meu caso”, afirmou.
A presidente nacional do IAB abordou também a questão da suspensão dos prazos processuais para os processos eletrônicos e físicos. “Boa parte do Judiciário, com raras exceções, como o Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, está insensível à questão que envolve jurisdicionados sem condições financeiras, como também um número expressivo de advogados, de investir em tecnologia para participar de audiências virtuais”, afirmou.
Ela tratou ainda do aumento da violência doméstica no isolamento social. “É preciso orientar as mulheres sobre como denunciar os agressores durante a pandemia”, defendeu a presidente nacional do IAB.
OS MEMBROS DO IAB ATUAM EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. FILIE-SE!