Não apenas o processo de entrega de itens produzidos na agropecuária, mas também a otimização de tempo dos trabalhadores desse setor podem ser fatores decisivos para aumentar a eficiência do agronegócio. A ligação entre as inovações na logística de transportes e o crescimento desse campo foram abordadas no evento Logística da cadeia produtiva do Agro 5.0: o modal ferroviário de passageiros e de cargas, promovido pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) nesta terça-feira (18/11). “Na Bahia, o avanço na tecnologia metroviária permitiu que cada passageiro transportado entre as estações mais distantes ganhe 18 dias por ano”, contou o diretor vice-presidente de negócios da Motiva (Motv3), André Gustavo Salcedo.
Segundo o palestrante, esse número está diretamente ligado ao uso de tecnologias para o avanço do setor modal. É uma das frentes que se relaciona com a ideia de Agro 5.0 – uma visão futurista e integrada da produção agropecuária que combina tecnologia avançada, sustentabilidade e foco no consumidor final. O uso de inteligência artificial e a análise de dados são combinados no setor e, segundo Salcedo, se traduzem em qualidade de vida: “A eficiência na condução do tempo permite que o trabalhador tenha mais tempo de descanso ou lazer. E, claro, o avanço nos modais também pode ter impacto no setor de cargas”.
Rita Cortez
As atividades da Comissão de Direito Agrário, que organizou o evento, foram elogiadas pela presidente nacional do IAB, Rita Cortez. “São sempre debates fantásticos. Hoje, trazemos uma discussão diferente a partir de uma ótica inovadora, sempre com convidados nota mil”, enfatizou a advogada.
Presidente da comissão organizadora, Frederico Price Grechi ressaltou a importância do agronegócio para a economia brasileira. Ele pontuou que o setor representa 30% do PIB nacional. “Estamos falando de um conjunto de negócios relacionados à agropecuária, que se inicia antes da porteira. Essa produção é destinada ao consumidor final, que, em sua maioria, está localizado nos grandes centros urbanos. Por isso, a importância de se falar da integração dos modais, não apenas tratando da distribuição final, mas também do início, como questões relacionadas à mão de obra”, explicou.
O evento contou, ainda, com apresentação do vice-presidente da Comissão de Direito Agrário do IAB, Rudy Maia Ferraz, e a mediação do doutor pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Jerson Carneiro Gonçalves Junior e do líder de negócios da Amazon Web Service – Power & Utilities Brasil, Rafael Soares.
Para Jerson Carneiro Gonçalves Junior, é preciso repensar a preferência modal brasileira, deixando de lado a escolha histórica pela rodovia e adotando as inovações tecnológicas postas no setor ferroviário e metroviário. “A logística é um ponto sensível e fundamental para o agro”, reforçou Rudy Maia Ferraz. O uso de IA nesse processo, segundo Rafael Soares, é um passo importante: “Hoje, temos tecnologias que permitem que identifiquemos, da semente ao consumidor, o monitoramento dos produtores. Temos a oportunidade, enquanto País, de promover transformações sociais através do mundo digital”.
