O advogado que adquirir letramento em inteligência artificial pode reduzir de 15 para quatro horas o tempo dedicado a atividades como revisão de peças e preparo de manifestações. É o que apontou a presidente da Comissão de Inteligência Artificial e Inovação do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Ana Amélia Menna Barreto, durante a aula magna do curso IA para advogados – O que precisa saber para usar, realizada nesta segunda-feira (13/10). “Aqui, o aluno vai virar a chave para gastar menos tempo na parte operacional, sem desprezar a qualidade do trabalho, mas gerando, claro, uma vantagem competitiva”, afirmou.
O curso está com inscrições abertas no site do IAB e pelos telefones (21) 2240-3173 e (21) 96525-0172, com início nesta quarta-feira (16/10). As aulas serão ministradas às quintas-feiras, das 19h às 21h, de forma on-line. A programação inclui aulas com especialistas que abordarão temas como o uso de ferramentas generativas, engenharia de prompts, pesquisas avançadas e criação de agentes jurídicos autônomos. Menna Barreto ainda destacou que a formação prioriza a responsabilidade e a ética no uso de ferramentas tecnológicas e aponta a essencialidade da supervisão humana.
Presidente do IAB, Rita Cortez fez a abertura da aula magna e ressaltou que o curso foi pensado para atender a uma demanda latente na advocacia. “Hoje, precisamos estar muito bem informados e entendermos o que significa a inteligência artificial. Mas, lembrando que a tecnologia não tem um fim em si mesma, então, precisamos pensar em como usá-la para o bem do cidadão”, disse a advogada.
O diretor da Esiab, Ilan Swartzman, também participou da aula e celebrou o primeiro curso promovido pela atual gestão da Casa de Montezuma. Ele agradeceu aos professores que aceitaram o desafio de ensinar sobre um tema tão novo e complexo. “Eu também vou me inscrever no curso, porque essas aulas unem prática e teoria com segurança jurídica”, contou. Swartzman ainda anunciou que a Escola está prestes a lançar outras formações complementares na área digital.
A aula magna contou com falas dos especialistas em IA Thiago Caliman e Patrícia Medeiros – juíza de Direito que cuida da coordenação acadêmica do curso. Patrícia Medeiros ponderou que as mudanças tecnológicas têm feito surgir diversos especialistas em inteligência artificial. No entanto, é preciso pensar em formações que unam o conhecimento digital com o jurídico. “Nosso curso traz como premissa o uso seguro e responsável da IA”, enfatizou. A juíza pontuou que a inteligência artificial já é uma realidade no Judiciário, assim como na advocacia, mas que a ferramenta deve ser usada de acordo com a legislação vigente e a ética profissional – o que só pode ser feito a partir do conhecimento atualizado da IA.
Thiago Caliman ressaltou a importância da supervisão humana no trato cotidiano com esse tipo de ferramenta. “Todo mundo que usa o Chat GPT, por exemplo, está sendo enganado porque a IA quer nos agradar. Ela não vai admitir que não consegue executar uma função. É só no dia a dia, respirando isso e entendendo sobre o tema, que vamos perceber as limitações e usos reais”, ressaltou o especialista.
