
O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) manifesta profundo pesar pela morte, aos 90 anos, do jurista Dalmo de Abreu Dallari, ocorrida nesta sexta-feira (8/4), em São Paulo. Ele foi consócio do IAB, no qual ingressou em 1998, e homenageado com a Medalha Teixeira de Freitas. A principal comenda do IAB é outorgada pelo Conselho Superior em reconhecimento à relevância de trabalhos jurídicos publicados e à contribuição ao Direito e à Justiça. “Dalmo Dallari foi um dos grandes juristas do País, com reconhecimento internacional, que se notabilizou também como defensor de presos políticos”, afirmou a presidente nacional do IAB, Rita Cortez. O jurista era casado com Sueli Dallari, tinha sete filhos, 13 netos e dois bisnetos. O velório será realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde ele se formou em 1957 e da qual foi professor emérito.
Dalmo Dallari nasceu em Serra Negra (SP), no dia 31 de dezembro de 1931. Aos 16 anos, foi morar com a família na capital. Ingressou na faculdade em 1953. Em 1963, concorreu à livre-docência em Teoria Geral do Estado. Aprovado, passou a integrar o corpo docente da Faculdade de Direito da USP em 1964, quando houve o golpe militar e a instalação da ditadura. A partir de então, o jurista se destacou na resistência ao autoritarismo e na defesa de presos políticos. A partir de 1972, ajudou a organizar a Comissão Pontifícia de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, que ganhou notoriedade pela defesa dos Direitos Humanos.
Foi diretor da Faculdade de Direito da USP, de 1986 a 1990, ano em que passou a ocupar o cargo de secretário dos Negócios Jurídicos da Prefeitura do Município de São Paulo, na gestão da prefeita Luiza Erundina. O jurista foi colaborador da Folha de S. Paulo e publicou dezenas de artigos também em jornais e revistas especializados na área jurídica. Aposentou-se na USP, em 2001, quando foi publicado O futuro do Estado, considerado o livro de maior destaque da sua bibliografia.